CPI dos Bingos poderá funcionar durante o recesso parlamentar

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador
Efraim Morais (PFL-PB), declarou hoje (6) que a comissão poderá funcionar
durante o recesso parlamentar. "Vamos continuar trabalhando. Já há uma
convocação feita para a próxima quarta-feira, quando teremos o cronograma
definitivo para o funcionamento da nossa CPI", disse o senador.

Os
membros da comissão marcaram para a próxima semana o depoimento do empresário de
jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A CPI dos Bingos foi proposta
no ano passado para investigar o funcionamento das casas de bingo no país. À
época, a imprensa divulgou uma fita de vídeo de 2002 na qual o ex-assessor da
Casa Civil Waldomiro Diniz aparece negociando propina com Carlinhos
Cachoeira.

Segundo Efraim, o depoimento do empresário de jogos ocorrerá
mesmo se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) for votada e o Congresso entre
em recesso. "Embora eu não acredite que se vote a LDO e se entre em recesso,
porque eu entendo que mais do que nunca o Congresso precisa estar trabalhando,
precisa discutir a crise no país", declarou o presidente da CPI. O relator da
comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), também ressaltou que o
depoimento de Carlinhos Cachoeira não será desmarcado. "Mas se a LDO for votada,
podemos redefinir o cronograma, que só será fechado na quarta-feira", afirmou.

Além de Carlinhos Cachoeira, a CPI dos Bingos aprovou também a
convocação de Waldomiro Diniz, mas o depoimento dele ainda não foi marcado. Os
membros da comissão aprovaram vários outros requerimentos, como o que solicita à
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) qualquer documento aberto com o
intuito de apurar o envolvimento de Carlinhos Cachoeira e de Waldomiro Diniz em
prática de extorsão.

A CPI solicitará também à imprensa matérias e
gravações veiculadas sobre o assunto. Ao governo do Rio de Janeiro, a comissão
irá requisitar a relação de ocupantes de cargos de direção da Loterj. Um outro
requerimento aprovado solicita à Presidência da República a relação de
funcionários ou ex-funcionários que trabalharam diretamente com Waldomiro Diniz
ou que foram indicados por ele.

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