CPI dos Bingos intima compadre de Lula a depor na segunda-feira

O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), ameaçou hoje pedir ajuda à Polícia Federal para assegurar que o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preste depoimento à comissão. Depois de criar uma série de dificuldades para ser localizado por policiais, Teixeira foi intimado a depor na segunda-feira.

Menos de uma hora depois, seu advogado encaminhou à comissão um documento em que fica claro a intenção de Teixeira de não atender a intimação. Alega, entre outras coisas, que não realiza nem realizou atividades incluídas no objeto de investigação da CPI. Já o senador anunciou que compadre de Lula será reconvocado a depor, provavelmente na próxima semana.

Efraim disse que a premissa da defesa de Teixeira é falsa, uma vez que ele se inclui entre os suspeito de financiar o PT, a exemplo do que ocorreria com empresários de bingo que também estão sendo investigados. O senador lembrou que Teixeira foi acusado pelo economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de Finanças das prefeituras petistas de Campinas e São José dos Campos, de ter ligação com a Consultoria para Empresas e Municípios (Cpem).

A empresa é suspeita de firmar contratos com as prefeituras sem licitação para obter vantagens em cima de arrecadação falsa do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

No depoimento à comissão, Venceslau disse ter ouvido nos anos 80 o então caixa de campanha de Lula, Paulo Okamoto, hoje presidente do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), afirmar que a Cpem custeava a segunda Caravana da Cidadania, como eram chamadas as viagens de Lula pelo País. Advogado, entre outros, do dono da Transbrasil, Antonio Cipriani, Teixeira é amigo do presidente de longa data. Ele é padrinho de seu filho caçula de Lula, Luis Cláudio, e dono da casa onde Lula morou de graça por mais de 10 anos.

O presidente da CPI dos Bingos foi duro com Teixeira: "A comissão não vai aceitar que a vontade de quem quer que seja tenha prioridade sobre a lei que regula seu funcionamento." Segundo ele, a tentativa de Teixeira de alegar problemas de saúde não convence, já que Teixeira estaria mantendo sua rotina inalterada, trabalhando e viajando.

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