CPI deve voltar a discutir quebra de sigilo de processos no STF

Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas (CPMI), deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), deve conversar esta semana  com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie, sobre o sigilo nos processos contra 15 parlamentares que estão sendo investigados pelo tribunal.

Os documentos foram enviados à CPI com a exigência de que os nomes não fossem divulgados. O sigilo provocou discussões dentro da comissão, e Biscaia se comprometeu a se reunir novamente com a ministra para tratar do caso. Os 15 parlamentares investigados já foram notificados pela CPI e deverão apresentar defesa por escrito.

Antes da reunião com a presidente do STF, Biscaia e uma comitiva formada por integrantes da comissão vão ouvir acusados de envolvimento do esquema de compra fraudulenta de ambulâncias com recursos do Orçamento.

Ainda hoje (10) deverá ser ouvida a ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, em Cuiabá, onde está presa. Ela é acusada de ser a principal facilitadora da liberação das emendas parlamentares no Ministério da Saúde para compra de ambulâncias. Amanhã (11), os deputados e senadores deverão ouvir, também em Mato Grosso, Darci Vedoim, acusado de ser o chefe do esquema. Ele é dono da empresa Planam, que vendia ambulâncias e equipamentos médicos para as prefeituras. No mesmo dia será ouvido o filho de Vedoim, Luiz Antonio Trevisan.

As investigações sobre a quadrilha estão sob o comando do Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Congresso Nacional. O esquema foi descoberto pela operação desencadeada pela Polícia Federal que abriu mais de 140 inquéritos em 76 municípios, envolvendo a compra de mais de mil ambulâncias, que custavam, em média, R$ 100 mil. Foram expedidos mandados de prisão contra servidores públicos, empresários e assessores parlamentares. Gravações autorizadas pela Justiça indicam até a possível participação de deputados e senadores. A maior parte dos suspeitos de integrar a quadrilha estão presos na capital mato-grossense.

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