CPI da ECT ouviu 7 depoimentos, quebrou sigilo de 6 e analisa licitações

Em duas semanas de trabalho a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que
apura denúncias de corrupção nos Correios já ouviu sete pessoas, pediu a quebra
de sigilo de envolvidos na investigação e está analisando uma série de
documentos e contratos de licitação encaminhados pela Polícia Federal,
Controladoria Geral da União e Correios.

O presidente da CPMI, senador
Delcídio Amaral, disse que a comissão está tendo um encaminhamento natural das
investigações. Segundo ele, a apuração começa com a fita de vídeo que mostrou o
ex-chefe de Departamento de Contratação e Material, Maurício Marinho, falando
sobre um suposto esquema de corrupção nos Correios envolvendo o PTB, e passa
para as pessoas envolvidas nas denúncias e ligadas à estatal. Paralelamente é
feita a análise de documentos. "As investigações estão efetivamente acontecendo.
A despeito de um momento político agitado, estamos conseguindo conduzir as
reuniões, apesar das dificuldades que são naturais dentro do processo político
como esse. Ela avança e deixa claro que não é uma CPI chapa-branca e que vai
trazer resultados", disse.

A Controladoria Geral da União (CGU) já enviou
cópia de 90 contratos e processos licitatórios dos Correios para a CPMI. A
Polícia Federal também encaminhou cópia de depoimentos. A comissão aprovou ainda
esta semana a quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário de Marcos Valério,
que tem contratos de publicidade com a estatal, e de cinco de suas empresas:
SMP&B Comunicação, DNA Propaganda, Grafite, Estratégia Marketing e
Multiaction. Foi aprovada também a quebra de sigilo da esposa de Valério,
Renilda de Souza, de sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio, de Maurício
Marinho, Arthur Washeck e seu sócio Antônio Velasco.

Nestas duas
semanas, foram ouvidas sete pessoas. De acordo com o senador Delcídio Amaral, as
audiências têm se estendido por muito tempo. O depoimento do deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), realizado na quinta-feira (30), por exemplo, demorou mais de
nove horas e de Maurício Marinho teve que acontecer em dois dias diferentes.
"Temos que fazer uma administração do tempo e ouvir as pessoas que são
necessárias para que a gente esclareça os fatos", disse.

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