O fundista Vanderlei Cordeiro de Lima vai à Corte Arbitral do Esporte, em Lausane, Suíça, dia 3 de junho. A CAS, última instância de apelação do esporte mundial, julgará o pedido de Vanderlei que reivindicou a medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas. O brasileiro foi vítima do ataque do ex-padre irlandês, Cornelius Horan, no quilômetro 36, quando liderava a prova. Vanderlei ficou com a medalha de bronze. E a dúvida: levaria o ouro, caso não fosse prejudicado pelo descuido da organização? Nove meses depois, o caso terá um desfecho.

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A vitória na maratona de Atenas, em 29 de agosto de 2004, ficou com o italiano Stefano Baldini. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recorreu à Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf), para que Vanderlei também ganhasse uma medalha de ouro. A Iaaf negou e o atleta recorreu à CAS.

"Ele irá à corte, mas eu não tenho, e ele também não, nenhuma expectativa de que essa situação se reverta", afirmou o técnico Ricardo D’Angelo. O treinador explicou que a Iaaf é "extremamente conservadora" e a CAS tem a tendência de acompanhar o que a federação do esporte decide. "Ainda mais sendo um atleta sul-americano… Se eles derem a medalha de ouro abrem exceção, admitem o erro da organização. Mas, mesmo assim, dedimos marcar o fato e, por isso, levar o assunto à última instância, para que fique registrado no futuro. Mas não temos esperança de sair de lá com o ouro."

O técnico disse que Vanderlei, de 36 anos, reconhece o imenso valor que teve o bronze, nas circunstâncias que marcaram a prova. "Além de ser medalhista olímpico, que já é um status avançado, é uma pessoa que encantou todo o mundo", disse D’Angelo.

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O próximo desafio do maratonista é ficar entre os dez primeiros no Mundial de Helsinque (FIN), em agosto. No dia 11 de junho compete uma prova de 10 km em Green Bay, nos EUA, e no dia 31, a Meia Maratona de Sapporo, Japão.