Os diretores do BC reconhecem que os investimentos têm se recuperado, mas mostram desconforto com o contínuo aumento da utilização da capacidade de produção das fábricas. “Por um lado, o ritmo de retomada dos investimentos continua dando sinais encorajadores, com crescimento de 15,7% na absorção doméstica de bens de capital no acumulado janeiro-agosto, em relação ao mesmo período do ano anterior”, destacam os diretores. Mas a utilização da capacidade instalada, por sua vez, continua em tendência ascendente. “O índice medido pela CNI apresentou em agosto crescimento de 0,1% na série dessazonalizada, que atingiu o nível recorde histórico de 83,3%”, ressaltam os integrantes do Copom.
Apesar de manter a aposta de que o ritmo atual de expansão da produção sofrerá uma redução, os diretores do BC mostram na ata que estão preocupados com a magnitude dessa freada, considerada natural após um processo de corte de juros, como o promovido ao longo do segundo semestre de 2003 pelo Copom. “Embora algum arrefecimento espontâneo possa estar a caminho, os dados disponíveis não sugerem que seja intenso o bastante para preservar a compatibilidade entre a trajetória de metas de inflação e a velocidade de preenchimento da capacidade ociosa da economia”, ponderam.
“É inegável que a ociosidade vem se reduzindo rapidamente nos últimos meses”, completam. No entendimento do Copom, a definição da política monetária não pode perder de vista este processo de expansão da economia. “A partir dos níveis de produção já atingidos, a política monetária precisa permanecer vigilante em relação ao ritmo de expansão adicional da demanda”, destacam.
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