Copom eleva juros e compulsório para conter a inflação

Depois de cinco horas de reunião, os diretores e o presidente do Banco Central decidiram hoje, por unanimidade, aumentar a taxa básica de juros da economia de 25,5% para 26,5% ao ano. Esta é a maior taxa de juros desde junho de 1999. A medida foi a alternativa encontrada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para segurar a inflação e evitar o avanço dos preços no mercado interno. “A inflação mostra sinais de resistência”, justificou o Copom por meio de nota.

Para evitar um aumento ainda maior do juros e segurar a elevação generalizada dos preços no país, o Banco Central lançou mão de outro mecanismo de política monetária. Decidiu elevar também a alíquota do depósito compulsório à vista de 45% para 60%. A medida reduz a circulação de dinheiro e a disponibilidade de crédito no mercado, obrigando os bancos a segurarem mais recursos que anteriormente.

Segundo estimativa do departamento de Operações Bancárias do Banco Central, cerca de R$ 8 bilhões devem ser retidos com o aumento do compulsório. Atualmente todo o compulsório do BC, incluindo títulos e outros tipos de ativos, giram em torno de R$ 120 bilhões.

“O BC adotou as duas medidas conjugadas olhando para o macro, o global e para a meta de inflação”, explicou o chefe de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central, José Antônio Marciano. Segundo ele, quem tem dinheiro para emprestar vai disponibilizar menos recursos para o crédito e quem tem dinheiro para pegar emprestado vai gastar menos. “O compulsório tem efeito indireto na taxa de juros”, explicou.

As duas medidas são um sinal de que o governo está disposto a frear a inflação e evitar projeções mais pessimistas para os índices de preços. Na pesquisa mais recente do Banco Central, em que são ouvidas as mais importantes instituições financeiras do país, as projeções médias deste ano para um dos principais índices de inflação – o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – elevaram-se de 11,84% para 11,99%.

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