Coordenadora do Comitê Dorothy Stang diz que polícia local é conivente

Brasília – A coordenadora do Comitê Dorothy Stang, Alcidema Coelho, diz que apesar da existência de uma delegacia da Polícia Militar na região de Anapu (PA), onde a missionária foi assassinada, persistem casos de conivência da polícia local. "Grande parte da pistolagem tem conivência da Polícia Militar e isso dificulta qualquer processo de reforma agrária. Tem situações alarmantes", afirma Alcidema em entrevista à Agência Brasil.

Um exemplo, segundo a coordenadora, foi a vistoria feita pela polícia em uma das áreas no ano passado, com o carro de um dos principais grileiros da região. "Isso evidencia a parceria que existe. O povo não confia na polícia. Não dá pra confiar."

Para Alcidema Coelho, as mortes continuam. Ela lembra que três lideranças foram assassinadas na região após a morte de Dorothy Stang. Com exceção do processo judicial sobre o assassinato da missionária, "a Justiça é muito lenta", afirma. De acordo com a coordenadora, muitos casos anteriores continuam parados ou não foram a julgamento. Há casos ocorridos há 15 anos que ainda não foram julgados.

O Comitê Dorothy surgiu logo após o assassinato da missionária. O objetivo é construir uma cultura de paz por meio do comprometimento de homens e mulheres na defesa dos direitos humanos e da justiça sócio-ambiental na Amazônia.

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