Convênio vai fortalecer produção orgânica dos países do Mercosul

Os países do Mercosul – Paraguai, Uruguai, Argentina – e o Chile devem firmar um acordo de cooperação técnica para fortalecer a produção de alimentos orgânicos nesses países. A intenção é organizar a região Sul da América Latina para ser pólo exportador de alimentos orgânicos. O protocolo de intenções para o convênio foi um dos acordos resultantes do seminário preparatório da Biofach América Latina Paraná, encerrado nesta sexta-feira em Curitiba.

O governador Roberto Requião colocou toda a estrutura do Centro de Agroecologia, instalado no Parque Newton Freire Maia, à disposição dos países do Mercosul para viabilizar o intercâmbio entre as regiões. O governo do Paraná quer transformar o Parque Newton Freire Maia num centro de referência internacional em agroecologia, pelo potencial que esse setor representa para o fortalecimento da agricultura familiar.

De acordo com um dos coordenadores do seminário, Sergio Gutierrez, o Japão e os países da União Européia são os maiores compradores de produtos orgânicos do mundo, um mercado que está crescendo entre 20% a 25% ao ano. Além disso, há uma determinação nesses países que, a partir de 2005, toda a refeição industrializada para pós-lactentes deve ser feita com alimentos orgânicos. “O mercado que está se abrindo para os produtores orgânicos é muito promissor”, avisou.

Durante o seminário foram debatidas informações sobre avanços e deficiências da agricultura orgânica entre representantes dos países do Mercosul e Chile. Gutierrez destacou que a carência nos países do Mercosul é de assistência técnica, enquanto a dificuldade no Brasil é a certificação, que é muito cara para os agricultores.

No Paraná, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) está ocupando esse espaço com a emissão de certificação da produção de orgânicos, serviço iniciado há cerca de um ano. O órgão já está prestando serviços para um grupo de agricultores de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, e para uma indústria de fitoterápicos em Joinville, que vai exportar alimentos orgânicos e suplementos alimentares.

A certificação do Tecpar é feita através de auditorias na propriedade e análises de resíduos dos produtos em laboratório próprio do órgão. A diferença é que enquanto as certificadoras que existem no mercado cobram por produção, o Tecpar estabelece seu custo por área certificada, independente do volume de produção. “O produtor não gosta do controle das certificadoras sobre o volume de produção em sua propriedade”, disse a técnica da Tecpar, Ana Carolina Saupe.

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