Condição dos descendentes de escravos preocupa o governo

No dia em que o Brasil comemora os 115 anos da abolição da escravatura, as condições em que vivem milhares de descendentes de trabalhadores escravos no país preocupam o governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a data para instituir grupo de trabalho, com representantes de 13 Ministérios, para discutir e formular, em 60 dias, ações que permitam melhorar as condições de vida de comunidades remanescentes de quilombos no país.

Segundo a secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdades Racial, ministra Matilde Ribeiro, é prioridade do Governo Lula reorganizar as políticas para os descendentes de escravos que, na sua avaliação, estão longe da realidade dos ex-quilombos. “Há uma distância muito grande entre o que são as necessidades dessas comunidades e as respostas do governo. Estamos fazendo uma parada para balanço do que está sendo feito nos últimos anos”, disse a ministra.

Como medida emergencial, foi assinado protocolo de intenções entre o Ministério de Segurança Alimentar, a Secretaria de Igualdade Racial e a Fundação Palmares, para que sejam distribuídos alimentos a 142 comunidades remanescentes de quilombos que se encontram hoje em situação calamitosa. O objetivo do governo é distribuir os alimentos por três meses até que o grupo de trabalho defina medidas concretas para os descendentes de antigos quilombos. Segundo levantamento feito pelo governo anterior, existem hoje duas mil comunidades de ex-quilombos em todo o país, mas, de acordo com Matilde Ribeiro, esse número pode ser ainda maior.

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