Comissários acusados de racismo vão depor no Brasil

Os comissários de bordo norte-americanos Shaw Tipton Scott e Mathew Gonçalves, da American Airlines, acusados de racismo, terão de prestar depoimento à Justiça do Brasil. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, o pedido de habeas-corpus dos comissários para que fossem interrogados nos Estados Unidos, onde residem. Os dois comissários estão sendo processados por ter agredido um passageiro brasileiro, em junho de 1998, durante um vôo de Nova York com destino ao Rio.

Depois de um desentendimento com o passageiro por causa de um assento, Scott teria dito a ele: "Amanhã, vou acordar jovem, bonito, orgulhoso, rico e sendo um poderoso americano. E você vai acordar como safado, depravado, repulsivo, canalha e miserável brasileiro". O outro comissário também teria cometido o crime de racismo por incentivar o colega e por tentar agredir fisicamente o brasileiro.

Em outubro do ano passado, o STJ negou habeas-corpus aos comissários, que pediam a nulidade ou o trancamento da ação penal. Eles alegaram que o Ministério Público não tinha legitimidade para propor a ação, que faltavam provas e que o crime cometido não teria sido de discriminação racial, mas, sim, ofensa à honra do passageiro. O STJ decidiu, por maioria de votos, manter a ação penal por entender que a intenção dos comissários foi de fato humilhar o passageiro exclusivamente pelo fato de ele ser brasileiro. A idéia foi ressaltar a superioridade do povo americano e a condição inferior do brasileiro.

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