São Paulo (AE) – A Comissão de Ética do PT prometeu para o dia 1º de outubro a entrega de um novo relatório referente ao processo disciplinar aberto contra o ex-tesoureiro Delúbio Soares. A versão anterior do documento foi invalidada por uma liminar obtida na Justiça por Delúbio, sob o argumento de que parte dos procedimentos previstos pelo estatuto petista não haviam sido cumpridos pela comissão. Por causa da liminar, a Comissão de Ética do PT teve de refazer a oitiva de 19 de agosto para a qual haviam sido convocadas cinco testemunhas de defesa de Delúbio, além do tesoureiro José Pimentel e do secretário-geral Ricardo Berzoini.
Na oitiva realizada hoje (13), apenas Pimentel e uma das cinco testemunhas compareceram. Além disso, em outra oitiva, de 16 de agosto, foram ouvidas três testemunhas de Delúbio, sendo que esta não foi contestada pela liminar do ex-tesoureiro.
Em nota, a comissão esclareceu que agora vai considerar apenas os quatro depoimentos válidos das testemunhas de defesa, assim como as declarações feitas por Pimentel. O restante não será avaliado para fazer o novo relatório pedindo ou não a expulsão de Delúbio. Segundo a nota, o ex-tesoureiro terá 72 horas para fazer a conferência e comentar os documentos coletados pela comissão. Depois disso, passa a correr um prazo de 10 dias para que ele apresente suas alegações finais sobre o processo disciplinar. Encerrados todos esses prazos, o que deve ocorrer por volta do fim deste mês, a Comissão de Ética entregará o relatório à Executiva Nacional do partido.
Prazos
Jonas Paulo, integrante da Comissão de Ética, afirmou que a entrega do relatório será feita dentro de um prazo que permite que a atual direção do PT vote a eventual expulsão de Delúbio. Uma das hipóteses que vêm sendo levantadas, até por alguns dirigentes do partido, é que a decisão final sobre o caso fique a cargo da nova direção, considerando a proximidade da eleição interna do PT – o primeiro turno será domingo.
"A Comissão de Ética vai entregar (o relatório) no prazo. Disso nós temos certeza", disse Paulo. Para ele, mesmo que seja antecipada a posse da nova direção, a possibilidade de segundo turno – o que ocorreria em 9 de outubro – asseguraria a entrega do parecer com antecedência suficiente para sua votação. Ele ressaltou, no entanto, que a decisão de convocar nova votação cabe apenas ao Diretório Nacional do PT.
Questionado sobre a possibilidade de nova contestação judicial do relatório, Paulo disse que desta vez não existem elementos para sustentar uma liminar de Delúbio. "Os procedimentos estão todos corretos."