Comerciantes do Litoral reclamam da alta do pedágio

O reajuste das tarifas de pedágio, autorizado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), foi duramente criticado nesta sexta-feira pelos comerciantes do litoral paranaense. Na praça da Ecovia ? concessionária que administra o trecho entre Curitiba e o litoral ? a tarifa ficou 30% mais cara porque houve o acréscimo de um “degrau”, autorização de reajuste extra.

Segundo o presidente da Associação Comercial de Matinhos, Carlos Dalberto Freire, o pedágio, mesmo com o preço antigo, já atrapalhava o turismo nas praias do Paraná. “Fizemos um levantamento no último feriado e o resultado apontou que 90 mil veículos haviam partido do Paraná com destino a Santa Catarina. Enquanto o número de carros que vieram para nosso litoral não chegou a 30 mil”, comparou.

Desvalorização

Para Freire, o pedágio tem até desvalorizado os imóveis da região. “Muitas pessoas têm colocado à venda suas casas de praia no Paraná e têm comprado imóveis em Santa Catarina”, alerta ao lembrar que não existe cobrança de pedágio para quem vai ao litoral catarinense.

O representante dos comerciantes de Matinhos ainda diz que o novo valor da tarifa quase se iguala ao gasto com combustível. “Agora, serão R$ 16,00 em pédágio, quase o que um carro econômico gasta em gasolina para vir ao litoral”. Devido a isso, argumenta, haverá uma diminuição dos passeios familiares de fim de semana às praias.

Redução

“No litoral vivemos da pesca e do turismo”, afirma a empresária Begair Mulmann do Nascimento, que também acredita que o pedágio, por sua alta tarifa, tem diminuído o número de turistas. “Antigamente, de cada dez pessoas que entravam na minha loja, oito eram turistas. Hoje, esse número não passa de quatro”, afirma.

Segundo o supermercadista e diretor da Associação Comercial de Matinhos, Ali Mansur, a alta da tarifa vai trazer reflexos diretos na mesa da população. “O consumidor vai sentir de imediato o aumento, pois o custo com o frete reflete diretamente no preço dos produtos. É como uma bola de neve”, salienta. “Leite, frutas, verduras e todos os alimentos trazidos ao litoral diariamente serão os primeiros a ter o preço alterado”, exemplifica Mansur.

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