A temporada da Indy Racing League (IRL) começa neste sábado à noite, (às 21 horas, de Brasília, com transmissão do canal Bandsports), no circuito oval de Homestead, na Flórida, sob a bandeira da preocupação com a natureza. A partir deste ano, os carros da categoria serão movidos a etanol, combustível renovável e menos poluente.

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Mas, além da preocupação com o meio ambiente, a adoção do etanol tem um objetivo estratégico para os norte-americanos, nesta época de procura por novas fontes de energia. A intenção é torná-lo conhecido e popular entre os consumidores locais, visando ao uso em maior escala nos carros de série.

"Nós, brasileiros, conhecemos os benefícios do álcool como combustível há quase 30 anos. Para os americanos, ainda é estranho. Ainda está sendo introduzido. Um dos objetivos da categoria é mostrar que se o etanol se mostra eficiente quando usado em corridas, onde os carros andam no limite, a velocidades de até 400 km/h, também será eficiente nos carros de rua", disse o piloto brasileiro Tony Kanaan, um dos fortes candidatos ao título.

Além de Tony Kanaan, que compete pela equipe Andretti-Green, há dois outros pilotos brasileiros no campeonato da IRL: Hélio Castro Neves, da Penske, e Vítor Meira, da Panther.

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Os americanos estão bastante "atraídos" pelo etanol – foi o combustível que trouxe o presidente George W. Bush recentemente ao Brasil, para assinar um acordo de cooperação tecnológica para a produção desse biocombustível. Nos EUA, o etanol é feito a partir de grãos, como o milho. No Brasil, a partir da cana de açúcar.

Até o ano passado, a categoria tinha como combustível o metanol, também um tipo de álcool, porém bem mais nocivo para o homem e o meio ambiente.

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A adoção do etanol forçou a Honda, fabricante de motores para a IRL, a trocar os propulsores de 3 litros pelos de 3.5 litros. O tanque de combustível dos carros teve o tamanho reduzido – e ficou mais leve. O objetivo é evitar desgaste excessivo dos pneus.

Com base na pré-temporada, Vítor Meira garante que o etanol não mudou o comportamento dos carros. "Aliás, mudou uma coisinha sim. O motor está com mais torque", disse. Tony Kanaan fez outra observação: "O consumo também está menor. Não sei dizer quanto exatamente, mas o etanol é bem mais econômico que o metanol.

Helinho considera que a IRL fez um gol de placa ao adotar o etanol. "Começar a preservar a natureza é questão de bom senso. Espero que outras categorias do automobilismo nos imitem", disse o piloto.