Colomba pascal

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, manifestou em carta encaminhada ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, o desejo de colocar-se à disposição do Congresso para antecipar os esclarecimentos sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro brasiliense.

A informação foi dada nesse domingo pela assessoria de imprensa do ministro, desfazendo a má impressão causada pela disposição anterior de somente comparecer ao Congresso depois da Páscoa.

A oposição recebeu bem a manifestação de Márcio Thomaz Bastos, ainda mais que o ministro admitiu na carta a resolução de antecipar o depoimento face os inúmeros requerimentos apresentados, nesse sentido, à mesa do Senado.

Abstraindo o escrutínio da motivação que levou o ministro da Justiça a mudar de idéia, sua atitude é elogiável à vista da urgência dos esclarecimentos devidos à nação sobre o lamentável incidente envolvendo dignitários da República, e a humilde pessoa de um trabalhador.

Espera-se que a fala do ministro na sessão conjunta do Congresso, passível de ser convocada a partir de hoje, não venha acrescentar maior grau de frustração a uma sociedade fatigada pelo destempero emocional e desapego à verdade, escancarados sem pejo por autoridades responsáveis por elos vitais da governança do País.

Cumprida a obrigação de ministro de Estado, aí sim Márcio poderá reunir-se a seus familiares para degustar em paz seu bocado da colomba, privilégio infelizmente ainda não estendido ao exército de patrícios estigmatizados pela pobreza.

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