O novo discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à crise do tráfego aéreo, ameaçando os controladores de vôo com prisão e adiando a desmilitarização do setor, ainda não satisfez o Clube de Aeronáutica, que mantém a disposição de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele. O presidente da entidade, tenente-brigadeiro-do-ar da reserva Ivan Frota, disse hoje que seus advogados já estão preparando as ações – uma direta de inconstitucionalidade e uma de crime de responsabilidade – que serão ajuizadas se Lula não tomar posições "muito fortes" no caso.

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Frota reconheceu, contudo, que as manifestações do presidente constituem uma "reviravolta" na situação aberta pelo motim dos sargentos ocorrido na sexta-feira. "Ele está fazendo o que queríamos", afirmou o brigadeiro. "Para a Aeronáutica, é uma vitória muito grande. O presidente segurou a medida provisória da desmilitarização e se desculpou com os comandantes militares. Os controladores estão acuados agora, podem pegar até oito anos de prisão.

Mas, segundo ele, o clube "não vai desistir". "A gente não pode confiar nas posições que os políticos tomam, porque mudam a toda hora. O prazo de 72 horas dado pela entidade esgota-se hoje, às 21h. O brigadeiro, que esteve em Brasília, afirmou ter conversado com ministros do Superior Tribunal Militar (STM). "Todo mundo está indignado", afirmou.

Frota reafirmou a posição da entidade contrária à desmilitarização, defendida pelos controladores. "O próprio partido Democratas se engajou na posição anti-desmilitarização. Para cada controlador poder brincar ali com o seu videogame, há mil homens e equipamentos. O que estão fazendo é uma demagogia nojenta, uma leviandade.

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