Cientistas investigam ácidos nos oceanos

Cientistas britânicos lançarão uma investigação sem precedentes sobre o perigoso aumento de ácidos nos oceanos, após o incremento da poluição causado pelos gases do efeito estufa, anunciou a Royal Society de Londres.

Especialistas dessa entidade começarão a investigar as conseqüências “catastróficas” para a vida marinha dos oceanos do grande aumento do dióxido de carbono no ar, que está aumentando a acidez dos mares, informou um porta-voz da Royal Society. Os resultados do trabalho deverão ser publicados no início de 2005.

Esses pesquisadores sustentam que o grande aumento de gases provenientes da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, “estão incrementando enormemente os perigos para os oceanos do mundo”.

A decisão de estudar o tema foi tomada após se conhecer os resultados de uma pesquisa do Livermore National Laboratory dos Estados Unidos, segundo a qual o incremento de dióxido de carbono na atmosfera terrestre fará com que os níveis oceânicos do pH ? a escala para medir a acidez ? mude em poucos anos mais rapidamente que nos últimos 25 milhões de anos da história da Terra.

O impacto do alto nível de ácidos nos mares possui conseqüências devastadoras para o planeta, como a aniquilação de espécies marinhas inteiras e a destruição de ecossistemas aquáticos únicos e irrecuperáveis.

Os especialistas britânicos consideram que o maior perigo da acidez nos oceanos afetará em primeiro lugar os paraísos de recifes corais e as criaturas marinhas com conchas e carapaças. Isso se deve, segundo os cientistas, ao fato que a acidez marinha reduz a disponibilidade de carbonato de cálcio na água, que esses seres utilizam para produzir suas carapaças protetoras.

O incremento da acidez oceânica também afetará diretamente o crescimento e reprodução de espécies de peixes, além de aniquilar populações de plâncton, que é um dos alimentos mais consumidos por grandes espécies marinhas, como as baleias.

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