Cidade do Rio pode decretar calamidade devido à lama

Os 2 bilhões de litros de lama que vazaram na quarta-feira da mineradora Rio Pomba Cataguazes no Rio Muriaé, em Minas, chegaram ontem a mais duas cidades fluminenses e podem atingir hoje o Rio Paraíba do Sul. A mancha, que já afetou outras duas cidades, está cada vez mais diluída e não provocou inundações nem levou à suspensão do abastecimento de água em Italva e Cardoso Moreira, onde moram 30 mil pessoas. Sem água há quatro dias, Laje do Muriaé pode decretar estado de calamidade pública.

O prefeito do município, José Geraldo Pereira de Carvalho, avaliou ontem que a falta de água para moradores e indústrias pode levar a cidade a um estado de calamidade. Em Itaperuna, o mais populoso das quatro cidades afetadas, com 100 mil habitantes, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio reforçou o trabalho na estação de tratamento e está conseguindo manter a normalidade.

O presidente da Cedae, Wagner Victer, fez uma consulta ao Ministério Público Estadual e decidiu ontem que, além da ação indenizatória contra a mineradora, vai solicitar que o MP entre com uma ação criminal contra os controladores da empresa. "Eles precisam servir de exemplo de como deve ser a punição para quem pratica um crime ambiental e é reincidente. A empresa tem de ser fechada e seus responsáveis, presos", declarou Victer.

Em Laje do Muriaé, às 6 horas de ontem, já tinha fila na porta da Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso em busca de água. "Essa água é para beber. É mais pura", disse o mecânico Aparício Pereira da Silva Filho, de 53 anos.

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