Chinaglia alerta que Câmara deve ter prudência ao tratar da crise aérea

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), alertou hoje (3) que a Casa tem que ter "toda prudência" para não agravar o quadro da crise aérea. Ele reafirmou que não há como criar a "CPI da Crise Aérea", mesmo que por acordo entre oposição e base governista, sem uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação do Democratas que pede a sua imediata instalação.

"Nesta fase, como houve esta insubordinação na sexta-feira (31), nós estamos tendo toda prudência para não agravar o quadro. A partir daí, no que pudermos ser úteis, vamos trabalhar", afirmou Chinaglia em entrevista à imprensa.

Perguntado sobre a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recuar do acordo fechado com os controladores de vôo no fim de semana passado, para que a greve fosse suspensa, Arlindo Chinaglia disse não conhecer, em sua totalidade, o que teria sido acertado entre o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, com representantes da categoria.

Sobre uma possível nova paralisação dos controladores no feriado da Semana Santa, o presidente da Câmara destacou que "em nenhum momento o país ou o presidente da República ficaria, ainda que sob hipótese, sem condições de conduzir (as negociações para solucionar o problema) porque um grupo de controladores poderia ameaçar ou tomar alguma
atitude". Chinaglia acrescentou que os controladores de vôo têm que ter consciência de que há um ordenamento jurídico no país.

"Quando eles fazem uma rebelião ferindo a legislação, no caso dos militares, e a partir daí imaginar que a mais alta autoridade do país, ou quem quer que seja, ficaria subordinado a estas ações pouco refletidas, na minha opinião cometeram um erro gravíssimo".

O deputado considerou salutar a iniciativa do presidente Lula de exigir que cada um dos envolvidos no problema cumpra as suas funções. "Nós não podemos temer ameaças. Se tiver que ter alguma atitude posterior, seguramente os órgãos competentes terão".

Arlindo Chinaglia disse desconhecer de qualquer iniciativa parlamentar no sentido de anistiar eventuais punições aos militares
envolvidos na greve e que compõem a maioria dos controladores de vôo. "Eu penso que isso é especulação pura".

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