China questiona punição do Brasil à Mattel

O governo da China vai pedir reuniões bilaterais com o Brasil para discutir a suspensão das importações de brinquedos imposta à fabricante Mattel – os produtos da empresa vêm, em sua maioria da China. A informação é do embaixador da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), Sun Zhenyu. "As reuniões serão bilaterais, em Brasília ou em Pequim", afirmou o diplomata, considerado um dos principais negociadores comerciais da China.

O governo brasileiro divulgou na terça-feira ter suspendido, desde 17 de agosto, todas as licenças de importação da Mattel, depois que a própria empresa anunciou recalls para a troca de brinquedos com problemas. Os produtos em questão contêm pequenos ímãs que podem se soltar e ser engolidos pelas crianças ou usam tintas com alto teor de chumbo, produto altamente tóxico.

Sun afirmou que quer realizar encontros com o governo brasileiro para explicar que 99% das exportações feitas pelo país não representam ameaças. "Obviamente, alguns problemas existem. Mas estamos investigando e medidas estão sendo tomadas. O que não entendemos é como o tema pode ser inflado e sair de proporções. Posso dizer que 99% de nossas exportações são seguras.

O presidente da Mattel no Brasil, Alejandro Rivas, afirmou ontem não ter entendido a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de suspender as licenças de importação. "Fizemos um recall preventivo, todas as nossas ações seguiram o que está na legislação e fomos surpreendidos com essa medida exagerada." Ele afirma que a empresa não recebeu nenhuma comunicação formal do ministério sobre a suspensão. Segundo Rivas, os produtos em recall representam menos de 0,7% dos itens da Mattel no Brasil. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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