Chefe da Polícia Civil apresenta relatório sobre a chacina no Rio

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa ouve a partir das
10h30m o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins. Ele deverá apresentar aos
deputados um relatório formal das investigações sobre a chacina de 30 pessoas em
Nova Iguaçu e Queimados, no dia 31 de março. O delegado deveria depor na
quinta-feira (7), mas teve que adiar o comparecimento à Alerj devido aos fatos
novos que surgiram nas investigações do crime.

Na sexta-feira (8), Álvaro
Lins informou que três testemunhas prestaram depoimento sobre a chacina. Na
delegacia da Posse, uma delas reconheceu o cabo José Augusto Moreira Felipe, do
24° Batalhão da PM, em Queimados, como participante da chacina. Ele revelou no
depoimento que soube, por parente de uma das vítimas, que Gilmar da Silva Simão,
lotado no Batalhão do Méier, também está envolvido nos crimes.

Na
delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, um sobrevivente da chacina em
Queimados denunciou o nome de um policial militar que o teria ameaçado para não
prestar depoimento à polícia. O delegado Álvaro Lins disse que vai pedir ao
Comando da PM a prisão administrativa desse policial, cujo nome não foi revelado
para não atrapalhar nas investigações.

O soldado Fabiano Gonçalves Lopes,
que também está com a prisão temporária decretada pela Justiça, foi reconhecido
por outra testemunha. Há alguns meses, ele teria abordado e ameaçado um jovem,
em Queimados. O jovem desapareceu em seguida e seu corpo até hoje não foi
localizado.

Exame de balística divulgado na sexta-feira revelou que o
carro encontrado na Baixada, um gol prata, foi usado pelos assassinos. Segundo o
proprietário, o carro teria sido emprestado a Carlos Jorge de Carvalho duas
horas antes dos assassinatos ocorridos em Nova Iguaçu. O policial militar já
havia sido reconhecido por uma testemunha.

O laudo de novo exame
divulgado neste fim de semana pela Polícia Civil mostra que os projéteis usados
nos assassinatos em Nova Iguaçu saíram da mesma arma usada nos crimes de
Queimados. Com isso, os policiais concluíram que o carro foi usado nas duas
cidades.

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