O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu, há pouco, mais ação e articulação para que os países sul-americanos e árabes possam construir um modelo próprio de desenvolvimento. Chávez foi o último a discursar na Primeira Reunião Plenária de Chefes de Estado e de Governo da Cúpula América do Sul ? Países Árabes. Ele incentivou os dois blocos a se "atrever" mais e fez referência a líderes históricos, como Gamal-Abdel Nasser, do Egito, Josip Broz Tito, da Iugoslávia, Jawahrlal Nehru, da Índia, e Ho Chi Min, do Vietnã.
"Temos ouvido falar muito dos 60 anos do fim da Segunda Grande Guerra Mundial. É importante lembrar que depois daquele momento foi imposta ao chamado Terceiro Mundo uma série de mecanismos de dominação", afirmou o presidente da Venezuela. "A Organização das Nações Unidas é um exemplo disso. Não entendemos o poder de veto estabelecido por ela. Hoje, não há democracia internacional."
Chávez disse que ficou entusiasmado, ao saber, pelo presidente Lula, da proposta de realização da Cúpula. Para ele, como no primeiro "noivado", esse contato inicial deve ser feito com cuidado e disposição para decifrar códigos: "Há um potencial incalculável para estreitarmos as relações. Está nascendo uma nova geopolítica internacional. Precisamos dar água, impulsioná-la."
O presidente da Venezuela acredita que o caminho da integração Sul-Sul foi interrompido depois da queda da União Soviética, quando os Estados Unidos teriam "obrigado o mundo a adotar o seu modelo". Chávez defende um modelo próprio, "comprometido com a história, tragédia e futuro dos países árabes e sul-americanos".
"Proponho resgatar a nossa agenda dando um conteúdo estratégico a essa reunião, não se restringindo a pensar o quanto você pode vender para mim. Temos que pôr em primeiro lugar o espírito, a fé", afirmou o chefe de Estado venezuelano. "A Venezuela está sendo ameaçada pelo imperialismo norte-americano. Temos que tratar disso aqui. Enfrentamos a agressão do império mais poderoso do planeta."