CGU deve responsabilizar dirigentes de estatais por operações de resseguro

Brasília – Os ex-dirigentes do Instituto Brasil de Resseguros (IRB) Lídio Duarte e Luiz Eduardo Pereira de Lucena devem ser responsabilizados pela indicação de corretoras para intermediar operações de resseguros que envolviam altos valores. Pelo mesmo motivo, dirigentes das estatais Furnas, Eletronuclear e Infraero também serão responsabilizados. A informação está no balanço das investigações apresentado pela Controladoria-Geral da União (CGU) nessa segunda-feira (5).

De acordo com o documento, a CGU determinou ainda a instauração de sindicâncias nas três estatais para apurar possíveis desrespeitos às licitações, além de prática de tráfico de influência.

O resseguro é uma espécie de seguro do seguro, uma operação financeira em que uma empresa assume o risco que outra corre ao fechar um contrato de seguro.

O ministro da CGU, Waldir Pires, citou o caso de dois ex-diretores do IRB, Luiz Apolônio Neto e Carlos Murilo Goulart Barbosa, apontados pela comissão de sindicância como responsáveis por irregularidades que levaram ao pagamento de indenização no valor de R$ 15 milhões para uma empresa sem a devida cobertura.

"Nós constatamos o pagamento de um seguro que já não estava contratado. Havia dois meses que o contratante do seguro tinha deixado de renová-lo, de modo que esse recurso foi pago liberalmente e foi fruto de uma decisão extrajudicial. Então, estamos investigando para verificar até onde ele não foi efetivamente um ato ilícito de improbidade", disse Waldir Pires.

A CGU apura também indícios de irregularidades em concorrência internacional promovida pela Infraero para a aquisição de 70 equipamentos de detecção de explosivos e drogas. O relatório da CGU informa que a análise dessas irregularidades será aprofundada para verificar se houve ou não omissão ou conivência por parte de alguns servidores da estatal.

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