CFJ é uma forma de proteger a sociedade, diz deputado

O deputado Wasny de Roure (PT-DF) afirmou hoje, em debate promovido pela TV Câmara, que o projeto de lei que cria o Conselho Federal de Jornalismo é uma forma de proteger a sociedade dos excessos da mídia.

?Quem vai responder pela destruição de uma vida?, pergunto eu. É o próprio jornalista, que não soube de maneira responsável construir um texto que passasse para a sociedade a informação correta para que a sociedade pudesse avaliar?, questionou o parlamentar. Ele ressaltou que a sociedade ?não pode ser refém? do poder exercido pelas grandes corporações da imprensa.

Wasny de Roure falou também sobre a censura exercida pelas próprias empresas de comunicação ao trabalho dos jornalistas: ?Elas (grandes corporações) definem como o país deve caminhar. O projeto procura resgatar o verdadeiro papel do jornalista. Nós precisamos entender que aquilo que o jornalista escreve nem sempre é aquilo que é publicado, e quem define o próprio conteúdo do jornal é aquilo que a empresa negocia, enquanto empresa de comunicação, porque ela não vive apenas das assinaturas?.

O deputado destacou que o projeto não prevê a presença de representantes do governo no Conselho de Jornalismo . ?O projeto cria um conselho composto exclusivamente por profissionais do jornalismo. Não há um único integrante do governo no projeto?.

Para o deputado, a resistência de alguns profissionais ao projeto pode ser justificada pelo fato de que a imprensa não gosta de ser questionada. ?O que existe é que jornalista não gosta de ser criticado. Ele critica o quanto quer, mas ele não gosta de ser questionado. Quantas vidas tiveram a sua destruição e não foram recompostas pela própria imprensa?. Porque a imprensa não tem interesse de fazer a autocrítica?.

Questionado se a Justiça já não tem meios de punir os erros cometidos pela imprensa, Roure afirmou que a maioria da população não tem condições econômicas de se defender desses equívocos. ?A Justiça faz, sobretudo, para aqueles que tem grana e podem pagar um advogado, mas a grande maioria de brasileiros não se utiliza do poder econômico de articular, de contratar uma advogado para fazer a sua defesa?.

O deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) e os presidentes da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, também participaram do debate.

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