Centrais sindicais vão brigar por aumentos reais de salários

As centrais sindicais vão brigar por aumentos reais de até 18% nas negociações salariais do segundo semestre, que reúnem as categorias mais organizadas, como metalúrgicos, químicos, petroleiros e bancários. Só na base da Central Única dos Trabalhadores (CUT) há perto de 10 milhões de trabalhadores com data-base nesse período.

Na base da Força Sindical, a estimativa é que outros 5 milhões de assalariados entrem em campanha. Para os sindicalistas, a recuperação da economia e o crescimento do emprego abrem espaço para reajustes acima da inflação. Eles advertem que a greve voltou a ser instrumento de pressão, num momento em que as empresas já firmaram contratos para o Natal, principalmente com clientes no exterior.

“Nos últimos dez anos, o ambiente nunca esteve tão favorável à concessão de aumentos reais”, diz Adi dos Santos Lima, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, que representa 280 mil trabalhadores. “Todo esse tempo tivemos de negociar em condições desfavoráveis de produção em baixa e desemprego.”

Na semana passada, os metalúrgicos da CUT iniciaram negociações com as montadoras de veículos e os fabricantes de autopeças, setores que aceitaram antecipar a data-base de dezembro para setembro. Outra novidade é que este ano a campanha nas montadoras é unificada com os sindicatos de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e da Grande Curitiba (PR), ambos ligados à Força Sindical. As negociações envolvem 50 mil trabalhadores.

Além do aumento dos salários acima da inflação, os metalúrgicos querem discutir controle de horas extras e redução da jornada de trabalho. “Queremos um aumento razoável, sem desprezar o crescimento que está havendo na PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) e nas contratações”, diz Adi.

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