Células-tronco adultas já são cura para mais de 45 de Doenças

A aplicação terapêutica de células-tronco proporcionará a cura de inúmeras doenças num futuro próximo. Estas células, portadoras de alta capacidade de regeneração, são estudadas clinicamente para regenerar órgãos e formar novos tecidos, além de substituírem o transplante de medula óssea em casos de alguns tipos de câncer. Com a aprovação da Lei de Biossegurança a população animou-se muito, entretanto, muitas barreiras ainda dificultam as pesquisas destas células, e principalmente o seu uso terapêutico.

Além da impossibilidade legal de fazer uso da clonagem terapêutica, que seria o ideal para pesquisas e até mesmo o uso clínico, um levantamento feito em clínicas de fertilização demonstrou que, o número de embriões disponíveis para pesquisa é muito baixo. Além disso, há de se esperar pela autorização dos pais para sua utilização. Mas o que poucos sabem, é que existem dois tipos de células-tronco: as embrionárias e as adultas. Acredita-se que as células provenientes de embriões possuem maior potencial de regeneração em relação às células adultas, e por conseqüência, mais possibilidade de curar enfermidades. Isso porque elas são pluripotentes, ou seja, podem se transformar em praticamente qualquer célula do corpo humano. Essa capacidade permite que um embrião se torne um organismo completo.

E o que são células-tronco adultas? De acordo com o hematologista Dr Nelson Tatsui, pesquisador destas células há vários anos e diretor da Criogênesis o primeiro Banco de Sangue, exclusivo para Cordão Umbilical do Brasil, o corpo humano possui outras células-tronco, que continuam a existir depois da fase embrionária. ?Essas células se concentram em grande quantidade em 2 lugares do organismo: na medula óssea, e no sangue do cordão umbilical do recém nascido?, explica o médico. Este material é multipotente, ou seja, pode produzir os principais tecidos do corpo humano, como observa Dr. Nelson Tatsui. ?Existem pesquisas que comprovaram a aplicação prática dessas células na criação de estruturas nervosas, como os neurônios, além da produção de ossos, cartilagens, gordura, entre outras estruturas, já obtidas em laboratório?, conta.

Na USP, Universidade de São Paulo, uma experiência aplicou células-tronco adultas em acientes com lesão na medula espinhal, com resultados comprovadamente positivos. Da esma forma, uma técnica de implante destas células no cérebro de vítimas de acidente ascular cerebral está sendo feita por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Pró-Cardíaco. Quando se pensa no tempo estipulado para que os esquisadores manipulem estas células, é comum associar a promessa de cura a uma ossibilidade distante. Mas, considerando-se a medicina como uma ciência milenar – o diabetes, por exemplo, foi diagnosticado há mais de 3.500 anos, o prazo de 5 ou 10 anos significa frações de segundos em termos proporcionais à evolução.

Em vista de aplicações práticas e experimentações da biotecnologia, estima-se que nos próximos anos as células-tronco sejam totalmente manipuladas. O Dr Nelson Tatsui credita que o estudo em células adultas não perde importância diante das embrionárias, m razão dos resultados já existentes, por haver um controle maior do que as células embrionárias ? seu potencial de regeneração, de difícil controle, pode provocar tumores – e por não esbarrar em questões éticas. ?Estas pesquisas são uma garantia de reserva futura para aplicação terapêutica de doenças como Mal de Alzheimer, diabetes e artrite reumatóide, e diversas anemias congênitas?, conclui. Hoje, as células de cordão umbilical já podem ser utilizadas para o tratamento de mais de 45 tipos de doenças.

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