Carona para atletas deportados

Nosso presidente, por estar muito estressado e chateado com as vaias que vem recebendo onde quer que se apresente, e com as injustiças que a imprensa vem cometendo com seus amigos e familiares, resolveu dar umas voltas com o seu AEROLULA e partiu primeiramente para o México, onde dizem que a bebida é muito boa e os da terra ainda gostam muito do nosso futebol.

Depois para desanuviar mais a cabeça, resolveu visitar mais alguns colegas, escolhendo aqueles que o receberiam de manga de camisa, pois como todos nós sabemos nosso primeiro mandatário nunca teve o costume de usar terno e gravata, trajes que são usados por quem trabalha e que devem lhe parecer muito desconfortáveis. Não satisfeito ainda passou pelo Caribe, onde deve ter comprado várias garrafas de RUM, que com Coca-Cola, dá uma excelente Cuba-libre.

Aproveitou também essa viagem para fazer o que mais gosta, depois de passear de avião, que é discursar, sem medo de cometer atentados ao léxico, afinal somos o único País a falar Português e os tradutores para o Espanhol resolveriam qualquer problema da gramática.

Seus acompanhantes, para retribuírem a gentileza do convite a esse ?piquenique? internacional, só teriam de se comprometer em aplaudir entusiasticamente, como também fazer ?claque? e rir de suas brincadeiras e piadas de salão.

Infelizmente seus assessores se esqueceram e perderam uma grande oportunidade de sugerir ao presidente que aproveitasse a viagem e levasse como presente ao Fidel Castro, como escravos, os dois atletas que foram deportados com urgência para Cuba, já que as normas do Direito Internacional e a ?tradição do asilo? não são nada quando se pretende agradar ao ?Mestre Ditador?.

Sylvia Romano é advogada trabalhista, em São Paulo.

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