Cancelamento de leilão de dívida pública do BC faz cotação cair mais

O comunicado do Banco Central, ontem à noite, de que não realizaria o leilão de "swap reverso" marcado para hoje (13), contribuiu para desvalorizar mais um pouco a cotação da moeda norte-americana. O dólar, que na noite de ontem valia R$ 2,574, já estava cotado a R$ 2,556 no início da tarde de hoje. O nível mais baixo do ano foi R$ 2,550, em fevereiro.

O "swap reverso" é o nome que o mercado deu a uma operação do BC que teve início em fevereiro. O governo, normalmente, oferece aos investidores contratos baseados na taxa de juros básica do país (Selic) ou no valor atual do câmbio, a serem pagos em dólares. A operação de swap reverso é a oferta de títulos públicos a serem pagos exclusivamente em dólar, no futuro, ao valor atual do câmbio. Trata-se, portanto, de uma operação feita no chamado mercado futuro.

O BC, quando realiza o swap reverso, "enxuga" os dólares do mercado, fazendo a cotação subir. Quando o leilão não acontece, há mais dólares no mercado e, portanto, sua cotação cai.

O chefe-adjunto do Departamento de Operações de Mercado Aberto (Demab) do BC, João Henrique de Freitas Simões, explica que o leilão de "swap reverso" pressiona a cotação do dólar para baixo porque reduz a dívida pública vinculada ao câmbio, elevando a participação da dívida atrelada à taxa básica de juros (Selic).

Ele disse que o último leilão de "swap reverso" aconteceu em 9 de março, quando a cotação do dólar estava em recuperação. A cotação da moeda norte-americana atingiu seu nível mais alto no dia 15 do mês passado, ao preço de R$ 2,766. A partir de então, o BC parou com as compras diretas e suspendeu os leilões de "swap reverso", iniciados em 2 de fevereiro, com agenda para realizá-los todas as quartas-feiras.

De acordo com João Henrique, pouco mais de um mês de operações com "swap reverso" derrubou de 8,03%, em janeiro, para 6,02%, em fevereiro, a relação da dívida atrelada ao câmbio. E o índice de março, que será divulgado na semana que vem, "certamente será menor ainda", segundo ele.

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