O governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou ontem que a repressão às drogas ?está matando muita gente no Terceiro Mundo?. ?Estou defendendo que o Brasil entre nessa discussão e force o Primeiro Mundo a rediscutir a legalização das drogas, porque hoje, se você colocar o peso do custo-benefício do fato de ela ser ilegal, quantas pessoas morrem por isso??, disse. ?Será que essa equação está positiva para o mundo?? Indagado se defendia a descriminalização, afirmou: ?A descriminalização e um avanço na (questão da) legalização com cientistas, profissionais da área de saúde.

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Cabral participou ontem do seminário Parceiros na Segurança, na Federação do Comércio, precedido por um minuto de silêncio pela morte do menino João Hélio Fernandes. O secretário da Segurança, José Mariano Beltrame, um dos palestrantes, discordou do governador. ?Esse tipo de assunto tem que ser discutido amplamente pela sociedade. O País está pronto para isso? Hoje, sou totalmente contra a liberação das drogas.

Cabral citou os Estados Unidos como exemplo na questão da autonomia estadual e defendeu que o Rio tenha legislação própria anticrime. ?Se este crime bárbaro tivesse ocorrido nos EUA, teria 50 entendimentos legais diferentes.? Ele disse que já conversou com governadores do Sudeste e vai a Brasília amanhã propor mudanças na legislação. ?O Congresso tem que abrir mão de poderes para que os Estados tenham mais poder para legislar. A realidade criminal do Acre não é igual à do Rio.

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