Bush minimiza tensões entre Afeganistão e Paquistão

O presidente americano, George W. Bush, minimizou nesta terça-feira (26) as divergências entre o Paquistão e o Afeganistão, dizendo que ambos os países permanecem comprometidos na perseguição a Osama bin Laden. Um dia antes de uma reunião conjunta entre ele, o presidente afegão, Hamid Karzai, e o paquistanês, general Pervez Musharraf, Bush pediu a intensificação dos esforços para combater uma crescente insurgência liderada pelo Taleban, no Afeganistão, e para capturar o líder fugitivo da Al-Qaeda.

"É do interesse do presidente Karzai ver Bin Laden ser levado à justiça. É do interesse do presidente Musharraf ver Bin Laden ser levado à justiça. Nossos interesses coincidem", disse Bush a repórteres em uma coletiva de imprensa junto com Karzai. Karzai e Musharraf há muito têm divergido sobre como lidar com líderes do Taleban e da Al-Qaeda supostamente escondidos na longa, remota e montanhosa fronteira que divide os dois países. Amanhã, os três líderes planejam encontrar-se para um iftar, jantar típico muçulmano.

Bush disse que durante o encontro, seria "interessante, para mim observar a linguagem corporal desses dois líderes para determinar como as coisas estão tensas." O presidente americano acrescentou também que "a partir de minhas conversas com o presidente Karzai e com o presidente Musharraf, há um entendimento que, ao trabalharmos juntos, é mais provável que todos possamos alcançar objetivos comuns.

Karzai disse ter "certeza de que sairá dessa reunião com muito mais para falar para nossas nações de uma maneira muito positiva por um futuro melhor." Durante a coletiva de imprensa, os dois presidentes disseram ter conversado sobre uma várias questões que dizem respeito a seus países – incluindo o aumento da violência Taleban e um comércio recorde de narcóticos.

O líder afegão agradeceu Bush e "o povo americano por tudo o que vocês têm feito pelo Afeganistão nos últimos quatro anos e meio". Ele também instou o Paquistão a fechar as madrassas (escolas religiosas extremistas) e a procurar apoio de Bush em uma campanha contra "lugares que ensinam terror". Musharraf, semana passada, havia dito que as escolas extremistas respondiam por apenas 5% das escolas no Paquistão e que estava fazendo "lentamente" algo a respeito.

O Afeganistão tem sofrido seus mais pesados ataques insurgentes desde que o regime Taleban foi derrubado no fim de 2001, em uma rápida guerra liderada pelos EUA. Um homem-bomba explodiu-se nesta terça-feira na frente do gabinete do governador da província de Helmand no sul do Afeganistão, matando 18 pessoas e ferindo mais 17, informou a polícia local.

Segundo o diretor do Hospital Geral de Lashkar Gah, Rahmatullah Mohamedi, nove civis e nove soldados, além do militante suicida, perderam a vida no ataque. O governador, Mohammed Daoud Safi, estava no gabinete no momento do atentado, mas escapou ileso, disse Gulan Muhiddin, porta-voz do governo de Helmand.

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