Buarque descarta mudança em estratégia de campanha

Apesar das sucessivas pesquisas que indicam a estagnação de sua candidatura no patamar de apenas 1% das intenções de voto, o senador Cristovam Buarque, candidato do PDT à Presidência, disse ontem que não vai mudar em nada a sua estratégia de campanha. ?Se querem saber do meu 1% (nas pesquisas), quanto mais eu cair, mais eu vou batalhar pela educação do Brasil?, disse Cristovam aos jornalistas, ao desembarcar no Rio no início da tarde. Ele frisou que não há possibilidade de alterar seu discurso político e que não pretende abrir mão de privilegiar a bandeira da educação. ?Como é que eu vou mudar a causa de minha vida? Só sou candidato para fazer com que o Brasil tenha uma revolução na educação.?

O senador não soube avaliar, diante do que mostram as pesquisas, se os eleitores estão entendendo sua mensagem. ?Ou estão entendendo e não querem educação ou não estão entendendo. Mas eu vou continuar falando. Se não for eu, depois virá um outro que o povo vai entender. Mas sem educação, nada tem solução?, disse. Para o pedetista, sua missão é mostrar que a educação é a raiz de problemas como a violência, a corrupção e a ineficiência. ?Eu vejo o Brasil se desfazendo e a gente falando de pesquisa?, queixou-se.

Cristovam viajou para o Rio para ser entrevistado no Jornal Nacional, na TV Globo, e passou a tarde se preparando para o compromisso num hotel em Copacabana, na zona sul, onde recebeu a visita do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. A coordenação da campanha aposta na exposição na TV e no início do horário eleitoral gratuito para superar o que diagnosticam como desconhecimento sobre a candidatura.

?Estamos nos reunindo para ter um diálogo mais forte com a população. A propaganda gratuita é que marcará a campanha?, espera Lupi, que concorda com o senador na manutenção do discurso da educação como um diferencial em relação aos outros candidatos. Para o presidente do PDT, Cristovam ainda vai crescer porque tem rejeição baixa.

Cristovam afirmou que o tom de seus programas no horário gratuito – ele terá pouco mais de 2 minutos por bloco – será propositivo, mas avisa que não se furtará a criticar o governo Lula se isso for necessário para esclarecer suas idéias. O senador disse que a propaganda gratuita será um elemento importante de sua campanha, mas advertiu os que esperam que ele mude de postura apenas para subir nas pesquisas. ?Não é uma virada no meu discurso. Ele vai continuar sendo o mesmo, já tem 40 anos. Eu não tenho mais idade para mudar de discurso. Quero que o povo mude e entenda a necessidade da educação. Não vou mudar para me ajustar aos institutos de pesquisa.

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