Brasileiro chefiará a Comissão de Direitos Humanos da ONU

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, anunciou nesta segunda-feira (22) que o brasileiro Sérgio Vieira de Mello será o novo alto comissário para os Direitos Humanos da entidade e substituirá Mary Robinson, que por cinco anos ocupou o posto em Genebra.

Nunca na história diplomática do Brasil o País havia ocupado uma posição de tanto destaque na ONU como agora, com a indicação de Sérgio Vieira de Mello.

A nomeação deverá ser confirmada amanhã pela Assembléia Geral da ONU, depois de mais de três meses de indefinição sobre quem seria escolhido para a função.

Vieira de Mello jamais fez parte do quadro de diplomatas do Itamaraty e trabalha na ONU desde 1969, onde conseguiu um alto nível de credibilidade.

O brasileiro é considerado o artífice do processo de transição que levou o Timor Leste à independência. Por dois anos em Dili como chefe da missão da ONU, Vieira de Mello foi quem comandou o país após a retirada da Indonésia.

No início desse ano, o brasileiro se retirou do posto no Timor  mas antes garantiu a realização de eleições e a formação de um governo local.

Antes, Vieira de Mello havia assumindo interinamente a operação da ONU em Kosovo e chegou a ser o chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Ajuda Humanitária.

O brasileiro também foi indicado para ocupar o posto de alto comissário da ONU para Refugiados, mas foi impedido diante da falta de contribuições financeiras do Itamaraty ao órgão da ONU.

Apesar de a nomeação de um alto comissário ser de responsabilidade pessoal do secretário-geral da ONU, tudo indica que a indicação de Vieira de Mello teria sido cuidadosamente negociada com os principais países.

Segundo a ONU, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia) teriam o direito de vetar o nome do candidato caso não fosse de seu interesse que o indicado chegasse a ocupar um alto posto na organização.

Exatamente para evitar o desgaste, os comentários nos corredores da ONU são de que o brasileiro teria sido o nome melhor recebido por Washington entre os candidatos apresentados por Kofi Annan.

As outras personalidades que estavam na disputa eram a ex-presidente das Filipinas, Corazón Aquino, e o ex-ministro das Relações Exteriores tailandês Surin Pitsuwan.

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