Vítima de deslizamento em Angra é velada em Minas

Parentes e amigos se despediram hoje de Yumi Imanishi Faraci, de 18 anos, que morreu no deslizamento que atingiu parte da Pousada Sankay, na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), na madrugada do dia 1º. O corpo da jovem foi velado durante todo o dia e será cremado no fim da tarde no Cemitério Parque Renascer, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Yumi era filha dos donos da pousada e passou o réveillon com um grupo colegas do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os corpos de Paulo Sarmiento, de 27 anos, e Isabella Godinho, de 20 – casal de namorados que fazia parte do grupo de amigos de Yumi e também morreu na tragédia -, foram enterrados pela manhã na capital e em Lagoa Santa, também na região metropolitana. Em Contagem, centenas de pessoas compareceram ao velório de Yuri, entre elas três colegas da jovem que conseguiram sair com vida da tragédia que atingiu a Enseada do Bananal.

Ainda muito abalado, Cristiano Dayrell, de 19 anos, ressaltou que pouco antes do deslizamento da encosta de 200 metros, o clima era de um réveillon dos sonhos. A última lembrança que guardou da amiga foi o banho de mar após a virada do ano. “Ficamos vendo os plânctons. Estava tudo perfeito”, disse o universitário, que ainda não se recuperou do “pesadelo”. “Qualquer cadeira arrastada, qualquer barulhinho, eu morro de medo”.

Cristiano e o colega Gustavo Pucci de Oliveira, de 22 anos, foram os primeiros a sair do quarto onde dormia o grupo de convidados de Yumi, em um quarto da casa anexa à pousada. “Eu não tinha noção do que estava acontecendo. Acredito que era o único acordado na hora”, contou Gustavo, bastante emocionado. “De repente veio tudo caindo, a princípio achei que não ia ter jeito de sair”. Apesar do susto, os dois estudantes e Geraldo Faraci, pai de Yumi, conseguiram resgatar outros colegas que estavam no quarto. Mas não conseguiram localizar a filha do dono da pousada e o casal de namorados. “Era muita lama, pedra, árvore. Não tinha condições de fazer nada, mas nós tentamos de tudo”, lamentou Gustavo.

Pais

Geraldo e a mulher, Sônia Faraci, chegaram ao cemitério por volta das 8 horas. Muito abalados, não quiseram dar declarações à imprensa. Eles permaneceram a maior parte do tempo ao lado do caixão, em meio a orações dos presentes. Num desabafo, a mãe relembrou a alegria da filha nos momentos que antecederam ao acidente. Outros parentes também estavam muito emocionados. Uma amiga de Yumi sentiu-se mal. “Estamos inconformados. Yumi era uma pessoa de muita luz”, comentou Raquel Faraci, tia da jovem.

Para Cristiano, o mais difícil será voltar à sala de aula da UFMG sem a companhia da melhor amiga do curso de arquitetura e urbanismo. “(Será) Horrível, a escola nunca mais será a mesma. A Yumi era minha melhor amiga. A gente tocava juntos, cantava juntos”. O corpo de Isabella foi enterrado no início da manhã no Cemitério Campo da Saudade, em Lagoa Santa. Seu namorado, Paulo Sarmiento, foi sepultado por volta de 10 horas no Cemitério Parque da Colina, na região oeste de Belo Horizonte.