Dentro do carro

Universitária é morta com tiro de fuzil em blitz no Rio

A jovem Haissa Vargas Motta, de 22 anos, morreu após ser atingida por um tiro de fuzil dentro de um carro, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, quando voltava de uma festa neste sábado, 2. As circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas, pois os policiais militares apresentaram uma versão diferente da dos quatro amigos da jovem que estavam no veículo.

De acordo com o comando do 41º Batalhão (Irajá, na zona norte), os policiais patrulhavam a Avenida Nazaré, no bairro Anchieta, na zona norte, e suspeitaram de ocupantes de um veículo HB20, branco, “pois já haviam recebido informações de que havia ocorrido assaltos realizados por criminosos em veículos com as mesmas características”, explica a nota da assessoria de Imprensa da Polícia Militar.

Ainda segundo a versão oficial, o motorista fugiu quando os militares tentavam abordá-lo, então “os policiais dispararam contra os pneus do carro que parou na Avenida Roberto Silveira, em Nilópolis”. Haissa, que estava sentada no banco do meio, foi ferida na perseguição. O condutor do veículo, que não teve o nome divulgado, foi encaminhado para a 58ª Delegacia de Polícia (Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada).

Já os amigos de Haissa dizem que os policiais não sinalizaram e atiraram contra o veículo sem saber quem estava no carro. “Não sinalizaram nada, não piscaram farol, não fizeram barulho de nada. Eles simplesmente surgiram e alvejaram a gente. Eles atiraram para matar. Não foi para advertir, para chamar a atenção. Como que a polícia atira mais de dez vezes com fuzil em um carro sem saber quem são?”, disse uma das amigas da jovem, em entrevista ao jornal Bom Dia Rio.

Haissa, que estudava na Unisuam, chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos. Ela foi enterrada no Cemitério de Nova Iguaçu neste domingo, 3.

O comandante do 41º BPM, tenente-coronel Luiz Carlos Leal Gomes, abriu sindicância para apurar as circunstâncias do caso. Os policiais militares foram afastados das ruas e vão trabalhar administrativamente até que o inquérito seja concluído.