“Turismo familiar” para combater turismo sexual

Brasília (ABr) – O Ministério do Turismo atua em três linhas de ação para combater o turismo sexual no Brasil. Desde 2004, a campanha "Brasil, quem ama protege" leva informações para aeroportos, restaurantes e bares com o objetivo de sensibilizar as pessoas para o problema. O ministério também promove ações de qualificação das pessoas que trabalham com turismo, para ensinar como se deve proceder diante de um caso de exploração de crianças e adolescentes. Por último, o governo trabalha com empresários do turismo para mostrar a importância de proteger a infância e a adolescência do turismo sexual.

O coordenador do Programa de Combate ao Turismo Sexual do Ministério do Turismo, Sidney Costa, explica que já existe uma campanha nas embaixadas do Brasil no exterior para explicar como identificar as agências que oferecem turismo sexual no Brasil. "Eles são treinados para mostrar que o Brasil não é um país que aprova o turismo sexual, mostrando que a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil é crime", afirma.

Um projeto-piloto executado na Itália, onde uma pesquisa identificou a formação de imagem negativa do Brasil em relação ao turismo sexual, começou a incentivar novos pacotes de turismo mostrando o Brasil como turismo saudável. "Foi assinado um convênio com a UIL (União Italiana de Trabalho) para atingir o trabalhador oferecendo pacotes com preço reduzido para o turismo familiar", explica Costa. Segundo ele, o mesmo projeto será reproduzido na Holanda e na Itália.

Nova operação

A Polícia Federal de Natal (RN) prepara para esta semana mais uma operação de combate ao turismo sexual no estado. Esse tipo de ação ocorrerá periodicamente no estado, afirma o delegado regional-executivo da Polícia Federal no RN, Luís Fernando Ayres. "Queremos que o problema seja pelo menos controlado", afirma Ayres. Atualmente, o turismo sexual ocorre principalmente em Fortaleza, Recife, Salvador e Natal.

Na madrugada de sábado passado, uma operação da PF flagrou 110 estrangeiros, entre noruegueses, suíços, italianos, espanhóis e portugueses, sem passaporte numa boate na praia de Ponta Negra, uma das mais conhecidas de Natal. A operação envolveu 45 policiais federais e resultou na notificação de três estrangeiros, dois por porte de maconha e cocaína e um por desacato à autoridade. Segundo Ayres, na boate só havia garotas de programa e turistas estrangeiros, o que caracterizava o turismo sexual. Nenhuma criança ou adolescente foi encontrada no local. 

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