Brasília

  – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer criar mais 81 mil locais de votação em todo o País para evitar filas nas próximas eleições, em 2004, como as que ocorreram, principalmente, no primeiro turno de 2002. O TSE verificou que a principal causa da longa espera foi a dimensão exagerada de muitas das atuais 336.739 seções eleitorais. Por isso, o presidente do tribunal, ministro Nelson Jobim, decidiu fixar em 400 o número máximo de eleitores por seção, que, hoje, chega a contar com até 700 inscritos.

Jobim sugeriu que, além de escolas públicas e privadas, outros espaços urbanos, como clubes, prédios públicos, centros de treinamento e associações comunitárias, além de áreas específicas para deficientes, sejam também usados no pleito. Na semana passada, os presidentes, corregedores-gerais e juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) reuniram-se em Florianópolis com o presidente do TSE para avaliar o resultado da eleição e apresentar propostas com o objetivo de evitar a repetição das falhas.

Na reunião, os magistrados e funcionários públicos do TSE e TREs concordaram que houve um grande investimento e avanços quanto à segurança do voto, mas que a comodidade do eleitor foi esquecida. A Justiça Eleitoral fará um levantamento para a escolha dos novos locais de votação e instalação das seções, com base em análises técnicas e na logística de tráfego. Com a distribuição de eleitores pelas novas seções, deverão ser necessárias cerca de 85 mil urnas adicionais.

De acordo com o relatório, em algumas seções do interior de São Paulo, a eleição no primeiro turno encerrou-se somente à 1h do dia seguinte. Na capital paulista, a votação terminou às 23h. Já no Paraná, não houve demora significativa por causa do desmembramento de seções, que permitiu que a votação fosse encerrada por volta das 17h30. O TSE informará também ao Congresso sobre as dificuldades com o uso do módulo impressor externo na votação, que, segundo os juízes, em nada “agregou em termos de segurança ou transparência e só criou problemas.”.

Durante o encontro, avaliou-se que, nas seções que usaram o voto impresso, foi maior o atraso, bem como o número de votos nulos e em branco e o porcentual de urnas com defeito. No Rio, por exemplo, aproximadamente, 60% dos eleitores não examinaram o espelho do voto na impressora. Na Bahia, muitos não conseguiram terminar a votação na urna impressa e tiveram de passar para a cédula de papel, na urna de lona.

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