O traficante Antonio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, foi absolvido no último dia 25 em um processo em que era acusado de corrupção ativa pela tentativa de fuga, em novembro do ano passado, da favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, onde chefiava o tráfico de drogas.
Mesmo com a absolvição, ele permanece preso porque é réu em outros processos por tráfico de drogas, sequestro e cárcere privado.
O juiz Ricardo Coronha Pinheiro afirma na sentença publicada pelo Tribunal de Justiça do Estado que não há provas de que o traficante participou da tentativa de suborno durante a conversa dos policiais com seus advogados, que estavam à frente do veículo interceptado no dia da prisão. Lopes teria ficado o tempo inteiro no porta-malas.
“As provas colhidas nestes autos são frágeis e insuficientes para gerar um decreto condenatório em relação ao acusado Antonio Bonfim”, afirma o juiz.
Também presos em flagrante na ocasião, os advogados Demóstenes Armando Dantas Cruz e Luiz Carlos Cavalcanti Azenha, que teriam oferecido R$ 20 mil aos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que interceptaram o veículo, foram condenados por corrupção ativa e favorecimento pessoal.
Por serem réus primários, os advogados tiveram a pena de dois anos e um mês de prisão substituída por prestação de serviços à comunidade durante o mesmo prazo em que ficariam encarcerados, além do pagamento de cestas básicas de dez salários mínimos para uma instituição ainda não definida.
O juiz decretou ainda que o dinheiro – 50.500 euros e R$ 60 mil – apreendido no Corolla em que Lopes tentava fugir será destinado à União Federal.