Todos abrem baterias para derrubar Lula

Brasília

– O primeiro a descobrir que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperou terreno e pode ganhar no primeiro turno, foi o tucano José Serra (PSDB), que partiu para o ataque. Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) hesitaram um pouco, mas ontem seguiram o mesmo caminho. Todos descobriram o alvo e pela primeira vez na campanha Lula está sob fogo cerrado.

O comando da campanha de José Serra se reuniu ontem em Brasília e definiu: a estratégia de confronto para polarizar a disputa com Lula, deverá ser mantida. O encontro tucano definiu os rumos da campanha de Serra, na fase que antecede o primeiro turno. Na reunião, o responsável pela área de pesquisa, cientista político Antônio Lavareda, mostrou dados indicando que um grupo, que ele denominou “pró-soft”, que hoje representaria de 6% a 10% do eleitorado de Lula, poderia ser atraído para Serra.

Nelson Biondi, responsável pelo programa de estratégia e marketing da campanha, relembrou que, no último encontro promovido pela cúpula da campanha com os governadores e candidatos aliados, há cerca de um mês, a situação de Serra era “bastante delicada”, pois Ciro Gomes estava com 28%. Na sua exposição, Biondi ressaltou que o esforço dos aliados de Serra permitiu reverter esses números. Biondi ressaltou que a campanha entra, agora, numa nova fase, que ele denominou “de confrontação”. Nessa nova fase, Lula deverá ser provocado para o debate político.

Em Campo Grande, Garotinho, que nos debates sempre criticou Lula, voltou a fustigar o petista. “O candidato Lula, do PT, ganha um salário absurdo do seu partido para ficar viajando e fazendo campanha. Ele não trabalha há oito anos”, disse. Ele afirmou que “uma coisa que eu quero fazer desde o início da campanha e com certeza vou fazer quando chegar ao segundo turno é perguntar ao Lula: o que você tem feito pelo povo brasileiro nos últimos oito anos? Ele não trabalha, só viaja”.

Até Ciro Gomes, que se preocupava apenas com José Serra, mudou a direção de seus ataques. Ciro Gomes disse em São Paulo que “quem acha que está na hora de tacar fogo, de fazer uma experiência que a gente não sabe onde vai dar, vota no Lula”. Já na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, Ciro avaliou que a prática administrativa dos petistas é muito diferente do discurso defendido pelo partido. “Eu sucedi o PT na prefeitura de Fortaleza. E estou vendo o que o PT faz no governo do Rio Grande do Sul e o que faz na cidade do Recife, e a diferença entre o que o PT falava, e vocês sabem disso, e o que ele está fazendo na prefeitura de São Paulo”, afirmou, sendo interrompido por aplausos do público.

“Fora do poder, eles (os petistas) são duros, agressivos, denunciam, prometem emprego, salário, saúde, educação. E em todas as experiências, com poucas exceções, o PT gera desgoverno, caos administrativo, descompromisso. Esquece o que prometeu quando estava nos palanques. Esse é um modelo que quando acontece em uma prefeitura, quem sofre é a cidade. E quando acontece num governo de Estado, como no Rio Grande do Sul quem sofre é um Estado só.”

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