Tia de bebê morto após engasgar fala sobre caso

A tia do bebê de cinco meses que morreu engasgado ontem no colégio Maria José, em Campos Elísio (região central de São Paulo), disse na tarde de hoje que Rafael Guilhamati não tinha problema de saúde e não sofria de refluxo.

“O Rafael era acompanhado por um mesmo pediatra desde que ele nasceu. Se tivesse algum sintoma de refluxo certamente teria identificado e prescrito orientações”, disse a tia do bebê Nathaly Roque, 36, que também acrescentou que o bebê nunca teve problemas de saúde desde que nasceu.

Na manhã de hoje o advogado do colégio, João Ibaixe, informou que a enfermeira e o médico que atenderam Rafael suspeitaram que ele sofria de refluxo e que a escola não foi informada sobre o possível problema de saúde da criança.

De acordo com a polícia, Rafael passou mal ao ser alimentado com leite em uma mamadeira. A família confirma que ouviu essa versão na delegacia, onde o caso foi registrado, quando a funcionária prestava depoimento informal à polícia.

O advogado da escola, entretanto, afirmou que o bebê já havia sido alimentado e estava no berço no momento em que passou mal.

“A criança (Rafael) mamou direitinho. Permaneceu no colo da babá por 20 a 30 minutos para arrotar e depois ela foi colocada no berço e permaneceu lá com aparência normal. Depois de alguns minutos a criança começou a passar mal”, disse Ibaixe.

Os familiares do bebê afirmaram ainda que a mãe da criança não foi contatada no momento em que Rafael passava mal e que ela só soube do incidente quando o filho já estava no pronto-socorro da Barra Funda (zona oeste). O advogado do colégio nega e afirma que a coordenação da creche ligou para a mãe no momento em que foi constatado o mal estar da criança.

A tia de Rafael disse ainda que o pai da criança chegou ao pronto-socorro cerca de meia hora após ser informado que a criança estava engasgada e foi avisado pela assistente social e pelo médico do pronto-socorro sobre a morte do filho.

“Quando o pai [do Rafael] chegou no hospital não tinha nenhum funcionário da escola esperando por ele para esclarecer sobre os procedimentos tomados”. Até as 16h de hoje, ninguém da escola havia procurado os familiares, segundo Nathaly.

Cláusula contratual

A morte de Rafael ocorreu no segundo dia em que o bebê começou a frequentar a creche. Segundo a tia da criança, até então ele ficava com os pais e nunca havia frequentado outra escolinha.

 

O advogado do colégio afirmou que o colégio recomendava aos pais acompanharem o cotidiano de seus filhos na escola nos 15 primeiros dias, o que não foi feito pelos pais de Rafael.

 

“Se ela realmente estava tão preocupada, deveria ter permanecido com a criança”, disse Ibaixe ao negar que a mãe não foi informada sobre a recomendação no momento em que Rafael começou a passar mal.

O advogado afirmou que o socorro ocorreu logo após a funcionária da creche perceber que a criança passava mal. Como a ambulância não chegou, de acordo com Ibaixe, a própria escola levou Rafael para o centro médico enquanto continuavam realizando os procedimentos de primeiros socorros dentro do veículo.

A escola disse que as crianças com refluxo têm um tratamento especial após as refeições e ficam em cadeiras específicas para que não ocorra nenhum problema. Como as funcionárias e professoras não sabiam de um possível condição de refluxo de Rafael, foram realizados procedimentos normais com ele após a refeição.

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