Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, e conseguiu, que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) levasse ontem ao líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), uma mensagem de paz. "O presidente pediu para que eu comunicasse que ele nunca mandou investigar nem o sr. nem alguém de sua família", disse Suplicy a Virgílio. O líder do PSDB no Senado disse que estava satisfeito com as explicações.
Há pouco mais de uma semana, Virgílio foi à tribuna para anunciar que ele e os familiares eram espionados por agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele ameaçou dar uma surra em Lula, assim mesmo, corporal. No dia seguinte, o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) afirmou, na Câmara, que seria um ajudante de Virgílio para a pancadaria. A presidente nacional do PSOL e líder do partido no Senado, Heloisa Helena (AL), também aderiu e formou o trio dos que ameaçavam bater no presidente.
Ao enviar o senador do PT de São Paulo ao líder do PSDB, Lula fez uma consulta ao petista. "Ô Suplicy, você ainda luta boxe?" O senador do PT confirmou. O presidente, então, afirmou: "Se quiserem mesmo me bater, diga que só depois de passarem por cima de você." Suplicy declarou que foi tudo uma brincadeira porque o embate é político e não pode ser resolvido no tapa. Mas o senador continua em forma. "Eu faço exercícios todos os dias e o boxe é uma coisa que a gente nunca esquece."