Brasília – O suboficial da Aeronáutica Luiz Marques, um dos seis controladores de vôo acusados de participar de paralisação no dia 30 de março, no Centro Integrado de  Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília, afirmou nesta sexta-feira (14) que foi ele quem determinou a suspensão das decolagens, naquela data, nos aeroportos do Galeão, Santos Dumont e Santa Cruz, no Rio, que estavam sob sua supervisão. Marques fez a afirmação em depoimento no Superior Tribunal Militar (STM).

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Luiz Marques e os suboficiais Florisvaldo Salles e José Tadeu Tavares, o 1º sargento Roberto César Pereira e o 2º sargento Wellington Fábio da Rocha foram denunciados pela Procuradoria da Justiça Militar pelo crime de motim e o controlador de tráfego aéreo civil Marco Aurélio de Carvalho Espíndola, por incitamento.

Marques disse à juíza Zilah Maria Callado que, naquele dia, ao chegar ao trabalho, às 14 horas, estranhou o número de controladores reunidos na sala de estar do Cindacta 1. "Eu acredito que todos os controladores do Cindacta, fora a equipe de serviço, estavam no local", afirmou o suboficial.

Ele afirmou que já tinha ouvido notícias divulgadas pela imprensa sobre uma greve de fome feita pelos controladores, mas disse que não foi convocado para qualquer manifestação.

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Marques contou que, por volta das 18 horas, um grande número de controladores entrou na sala de controle do Cindacta 1, o que, na sua opinião, colocou em risco a segurança dos vôos. Preocupado, ele disse ter determinado que todos os aviões que sobrevoavam os aeroportos sob sua supervisão fossem orientados a pousar e que as decolagens fossem suspensas. Mais tarde, recebeu a informação de que outros aeroportos também suspenderam as decolagens, mas não soube informar de quem partiu a determinação.

O suboficial da Aeronáutica acrescentou que, durante todo o tempo que durou a paralisação, não houve qualquer determinação superior para que os controladores que estavam na sala e não estavam de serviço fosse retirados.

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Neste momento, está sendo ouvido Florisvaldo Salles, supervisor de controle de área de Brasília.