STF apura movimentações de Marcos Valério

Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, instaurou ontem inquérito para apurar as movimentações bancárias do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e de suas empresas, que podem eventualmente comprovar a existência de um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares. Com a decisão, o STF assumiu o comando das apurações e deixou claro que há suspeitas de envolvimento de parlamentares. Em seu despacho, Jobim determinou a ampliação do período de quebra de sigilo bancário do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, de sua mulher, Renilda, e de empresas, para 1998, quando o PT não estava no governo.

Jobim tomou as decisões a pedido do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. O presidente do STF deveria enviar ainda ontem à Polícia Federal os documentos originais apreendidos em empresas de Marcos Valério e no Banco Rural que foram remetidos na semana passada ao STF pela Justiça Federal de Minas Gerais sob a alegação de que há suspeitas de envolvimento de parlamentares, que têm prerrogativa de foro no Supremo.

O presidente do STF fixou um prazo de 15 dias para que a Polícia Federal realize, com base nos documentos, uma série de diligências requisitadas pelo procurador-geral. Entre as apurações que deverão ser feitas está a identificação de pessoas que supostamente sacaram recursos de contas de empresas de Marcos Valério, inclusive parlamentares.

Em seu despacho, Jobim ressaltou: ?Atenha-se a Polícia Federal à realização, exclusivamente, das diligências requeridas e referidas?. Autor do pedido de diligências, o procurador-geral disse ontem que além da identificação dos sacadores requisitou a extensão de quebra de sigilo.

Voltar ao topo