Some mais de 1 milhão de CDs

A Polícia Federal e a Receita Federal estão investigando o roubo de uma carga de 1,5 milhão de CDs virgens, que estava em um contêiner no entreposto do Paraguai no Porto de Paranaguá. Segundo a Receita Federal, o contêiner havia desaparecido há cerca de três semanas e foi encontrado no dia 3, abandonado às margens da BR-277, próximo a Foz do Iguaçu. O superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, afirmou que os responsáveis já foram identificados e estão sendo indiciados.

O delegado substituto da Receita Federal em Paranaguá, Carlos Alberto Kletemberg, disse que o contêiner havia sido apreendido porque não havia licença para fabricação da marca de CD que ele continha. Na fatura, o valor declarado era de US$ 43 mil. Confinado no entreposto paraguaio, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) ficou como fiel depositário.

No dia 3, o contêiner foi encontrado abandonado a mais de 600 quilômetros do porto. Dentro não havia mais nada. “Isso é coisa de bandido”, afirmou Kletemberg. A Polícia Federal restringiu-se a informar que o inquérito está sendo presidido pelo delegado Annibal Gaya e que os responsáveis já estão sendo identificados. Eduardo Requião não quis divulgar os nomes. “Tem envolvimento de pessoas da administração do porto e do entreposto do Paraguai”, revelou.

Denúncia

Requião também denunciou que este não é o primeiro caso de desaparecimento de contêiner. Segundo ele, teriam desaparecido 31 contêineres do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), que é privado. Ele também afirmou ter recebido ofício da Receita Federal pedindo punição para o TCP porque teria embarcado um contêiner sem autorização.

O superintendente do TCP, Mauro Marder, disse que a empresa não tem qualquer responsabilidade nos desaparecimentos e que nem todos aconteceram no TCP. “Uns oito ou dez saíram da própria Appa e outros três ou quatro, do entreposto do Paraguai” disse. Segundo ele, trata-se de roubo feito por uma quadrilha que atuaria também no Porto de Santos, e que retira os contêineres com documento falso. Já haveria pelo menos 12 ações na Justiça Federal referente a esses roubos.

“Nós denunciamos isso”, afirmou. “Pedimos que o Ministério Público participe porque temos interesse financeiro envolvido.” Segundo ele, apesar de o dono da mercadoria não reclamar, provavelmente por se tratar de “empresa de fachada”, o TCP paga todos os impostos. No caso do contêiner que teria sido embarcado irregularmente, ele disse que aconteceu há cerca de dois ou três anos, e que foi ocasionado por um erro operacional, por se tratar de uma reexportação – os equipamentos chegaram avariados, voltaram e foram embarcados outros. “Mas nós trouxemos novamente e ninguém teve dano”, acentuou.

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