São Paulo – O ex-governador e presidente do diretório estadual do PMDB em São Paulo, Orestes Quércia, negou que já esteja fechado um acordo do partido para indicar as lideranças no Congresso. Apesar do PMDB ter praticamente definido o nome do senador José Sarney na presidência do Senado, o acordo ainda esbarra em imposições da ala oposicionista do governo, e deve pedir a intervenção do PT como fiel da balança.
Quércia declarou que houve uma proposta de acordo por parte da ala governista apoiando o nome de Sarney que resolveria a situação da presidência do Senado, “mas prejudicaria o resto do movimento”. Os governistas apoiariam Sarney caso Renan Calheiros se mantivesse na liderança do PMDB no Senado até setembro, quando seria indicado como sucessor de Michel Temer na presidência do partido. Os oposicionistas querem Sarney presidente do Senado, Pedro Simon como líder, um líder deles na Câmara e representante na Mesa.
A ala oposicionista não aceita a possibilidade de não disputar a presidência do partido, e quer esvaziar ao máximo o poder da atual cúpula. Essa facção do PMDB chegou a apoiar o PT nas eleições presidenciais contra o próprio partido, que compunha a chapa do presidente José Serra. Com a eleição de Lula, a oposição do PMDB esperava também chegar ao poder. O governo, no entanto, não fechou oficialmente com nenhum dos lados, e tenta manter o máximo do PMDB ao seu lado.