O tema da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele em 2018 é “Se exponha, mas não se queime”. Criada há quatro anos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha trabalha na prevenção e diagnóstico do câncer de pele. É o chamado Dezembro Laranja. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o melanoma responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil e, a cada ano, são cerca de 180 mil novos casos.
“O sol é bom na dose certa, ele sintetiza vitaminas, faz bem para o humor e gera bem-estar”, explica a dermatologista da Peleclin, Cíntia Cavalin Calvet. Ela conta que as pessoas podem se expor ao sol, com a devida proteção e cuidado, usando o boné com abas mais largas, roupas com filtro solar no tecido ou com tramas mais fechadas, usando e repondo filtro solar a cada duas horas com, pelo menos, fator 30. Conheça os mitos relacionados a proteção solar e previna-se:
“Na sombra estou protegida”, você provavelmente disse ou já ouviu essa frase de alguém, mas é um grande engano. Segunda Cíntia, a incidência de raios solares também acontece na sombra, mesmo que em menor quantidade. Além disso, o próprio raio reflete no guarda sol na praia, na água e na areia, e rebate na pessoa.
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“Dias nublados não precisa usar protetor”. É importante lembrar que existem dois tipos de radiação: ultravioleta A – que passa pelas nuvens – e a ultravioleta B – barrada pelas nuvens. Nos dias nublados, com aquela sensação de mormaço, a ultravioleta A pode queimar a pele. “Quando as pessoas deixam de usar o protetor porque o dia está nublado, elas sofrem pequenas queimaduras que viram bolhas e descascam a pele. Essa repetição de queimadura é um grande fator de risco para o melanoma, que é o câncer de pele mais grave”, alerta a médica.
“Passei protetor de manhã, estou protegida o dia todo” – Outro erro é achar que usar filtro solar uma vez ao dia está resolvido. Segundo a dermatologista Leila Cavalin Alves, em dias comuns é preciso usar protetor três vezes. Já nos dias de verão é importante repassar o filtro a cada duas horas. “O cuidado deve ser o ano inteiro. No verão, além da incidência maior de raios ultravioletas, transpiramos e perdemos a proteção do filtro, especialmente depois de um banho de mar ou piscina”, conta Leila. Outro ponto comprovado é que não existe protetor solar à prova d’água, e essa nomenclatura está em desuso. Os produtos podem até ser mais resistentes à água, mas, mesmo assim, perdem seu efeito.
“Em dias quentes prefiro roupas leves e transparentes” – Apesar do tecido transparente dar uma sensação de frescor, a trama mais aberta deixa passar radiação ultravioleta. O ideal são as tramas mais fechadas. Existem, ainda, roupas com protetor solar no tecido. “Acessórios como boné com abas largas, protetor labial e protetor solar nas orelhas, pés e mãos nas regiões mais “escondidas” são cuidados essenciais e que merecem atenção nesse período”, orienta Cíntia.
“Ficar sem protetor de vez em quando não tem problema” – Apesar da incidência do câncer de pele ser mais comum depois dos 40 ou 50 anos de idade, ele pode ser efeito de uma exposição cumulativa ao sol. Com o passar da idade as defesas da pele diminuem e aparecem outros problemas que, somados, causam o câncer de pele.
Dicas práticas
Observe sua pele: A pele é o maior órgão do corpo humano, ele é extenso, difícil observar. Peça ajuda para um familiar verificar as costas, se existem novas lesões, se as antigas mudaram de tamanho, cor e formato. Se algumas lesões começam a coçar ou doer e sangrar sem motivo, pode ser sinal para procurar um dermatologista.
Procure um especialista: Evite se automedicar. “Alguns pacientes acham que podem tratar uma simples verruga e acabam se automedicando. Isso jamais pode ser feito”, alerta Cíntia que explica que um câncer de pele inicial pode expandir e diminuir as chances de tratamento.
Diagnóstico precoce: Quanto mais cedo for diagnosticado o câncer de pele, mais chance de cura e com menos sequelas. A doença em estágio inicial tem menor probabilidade de metástase para o cérebro, ossos e pulmões. “O problema do melanoma é que as pessoas demoram para buscar atendimento e quando procuram ajuda pode ser tarde”, conclui Leila.
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