Sob desconfiança, Lobão assume Minas e Energia

Uma semana depois de receber a indicação do PMDB e após sinalizar publicamente em Cuba seu incômodo com as denúncias contra o senador Edison Lobão (MA) e seu filho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalmente cedeu e nomeou ontem o parlamentar para ministro das Minas e Energia. Ele assumirá na segunda-feira, substituindo Silas Rondeau, que deixou o cargo em maio depois de acusado pela Polícia Federal (PF) de envolvimento com o esquema de corrupção da Construtora Gautama.

Além das denúncias contra ele e seu filho e suplente, Edison Lobão Filho (DEM-MA), o senador assume o cargo sob desconfiança do setor elétrico. O temor é de que não tenha suficiência técnica para gerenciar o setor num momento de crise de escassez de energia. Lobão recebe o cargo, mas policiado por homens da confiança técnica e pessoal da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que foi titular de Minas e Energia no primeiro mandato de Lula.

Após o encontro de uma hora com Lula, Lobão negou divergências com Dilma. ?Ela disse que jamais fez referências contra meu nome pelo contrário, afirmou ter todo o apreço por mim?, disse. Também se alinhou ao discurso da ministra, descartando a hipótese de racionamento de energia. ?Não haverá apagão, temos de ser otimistas com responsabilidade.? Por recomendação do presidente, Lobão esteve à noite com Dilma, que defendia a nomeação de um técnico. O ministro interino, Nelson Hubner, ligado a ela, deixará a pasta e será aproveitado em outra função.

Voltar ao topo