Só ficam no PT os fiéis ao Planalto

São Paulo

– O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), voltou a defender ontem a saída da senadora Heloísa Helena (AL) e dos deputados federais João Batista Araújo, o Babá (PA), e Luciana Genro (RS) dos quadros do PT, caso os parlamentares “não reafirmem seu compromisso com o partido”. “Só fica no PT quem tiver compromisso com as propostas do partido”, disse Mercadante, que participou na manhã de ontem das comemorações do 1.º de maio em Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo.

Segundo Mercadante, a permanência dos parlamentares no PT será discutida em reunião da executiva nacional do partido, marcada para o dia 12. “Cabe à executiva discutir a situação dos parlamentares”, explicou o senador, evitando opinar diretamente sobre a possibilidade de expulsão dos membros. “O PT já teve separações amigáveis e alianças que voltaram a ser firmadas posteriormente.” A proposta formal de expulsão será apresentada à executiva nacional pelo presidente do PT, José Genoíno.

O senador ressaltou que a postura crítica dos parlamentares faz parte do processo político, que não obriga os participantes a concordarem em todos os temas. “O próprio PT tem uma longa trajetória em oposição, mas nem todos entendem isso”, disse. Ontem, entretanto, Mercadante e Heloísa Helena teriam protagonizado um diálogo nada amigável durante reunião da bancada do PT no Senado, para votar o pedido de desligamento da parlamentar. Os 11 senadores petistas que participaram do encontro, entretanto, adiaram por 15 dias a decisão.

Mercadante ressaltou ainda que um eventual pedido de desligamento não pode ser avaliado como censura aos parlamentares, eles têm atacado com freqüência as medidas adotadas pelo governo petista. “O PT tem 22 anos de história e sempre houve liberdade de expressão”, lembrou o senador. “Mas quando todo o partido toma uma decisão, é preciso que seus membros aceitem.”

Mercadante aproveitou para enfatizar a importância do apoio da população às propostas de reforma tributária e da Previdência apresentadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “As reformas, principalmente a tributária, são fundamentais para que os indicadores econômicos mantenham essa trajetória positiva”, afirmou. As duas propostas, segundo o senador, devem estar aprovadas em quatro meses, atendendo ao prazo regimental. Também no evento, o ex-ministro e ex-secretário estadual do Trabalho Walter Barelli (PSDB) garantiu que o partido não fará oposição às propostas. “O PSDB não vai fazer o que fez o PT”, alfinetou.

Voltar ao topo