Severino quer a cadeira de Lula

O Partido Progressista, do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE), promete uma postura de independência em relação ao governo no Congresso porque pensa em lançar o deputado como candidato à Presidência da República em 2006. "Nós sempre fomos independentes. Somos da base do governo no que entendermos que podemos votar, mas temos liberdade para votar contra, até porque não estamos umbilicalmente unidos ao governo", disse a jornalistas o líder do PP na Câmara, José Janene (PR), após convenção do partido nesta quinta-feira. O esperado ministério para o PP acabou não saindo na última reforma ministerial.

A convenção, que contou com a participação do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, decidiu reconduzir, por unanimidade, o deputado Pedro Corrêa (PE) ao comando da sigla. Maluf disse querer o PP com um projeto próprio de poder. Principal liderança política do PP até 2000, Maluf pôde sentir a perda de prestígio no partido. A corrente jovem progressista entregou aos dirigentes da sigla uma moção, aprovada por unanimidade, pedindo o afastamento de Maluf, em razão dos "relevantes fatos apontados pelo Poder Judiciário quanto ao desvio de recursos públicos enviados ao exterior".

"Só perde uma eleição quem não disputa. Quem disputa, sempre ganha", disse Maluf, que disputou a eleição em São Paulo no ano passado, sem conseguir chegar ao segundo turno. Corrêa, por sua vez, fez questão de dizer que Severino vai mostrar ao País que "a Câmara é livre e soberana".

E, a exemplo de setores do PMDB, o PP também defende a independência. "Quebrou a cara aqueles que diziam que faríamos a convenção para nos desunir", enfatizou Corrêa. 

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