Seu Creysson reúne 6 mil no showmício

São Paulo

– Ele vai ser o primeiro presidente sem dente do Brasil, anunciou a apresentadora de TV Maria Paula. “Povio de Sum Paulo, a vitória está chegandiu”, discursou o candidato Seu Creysson, levando ao delírio as mais de 6 mil pessoas – segundo estimativa da Polícia Militar – que foram ontem à Praça da República. “Eu não acreditio em pesquisa, vamos ganhar no primeirio turnio.” Seu Creysson é o personagem criado pela equipe de humoristas Casseta & Planeta, da “Rede Globo”. Interpretado pelo comediante carioca Cláudio Manoel, Seu Creysson fez um showmício bastante disputado, batendo a manifestação do candidato real Ciro Gomes, da Frente Trabalhista. No mesmo local, há 9 dias, o discurso de Ciro teve cerca de mil espectadores (também segundo a Polícia Militar).

O showmício do anticandidato (que diz pertencer ao PÇSC, Partidio Çociau do Seu Creysson) foi seguido de carreata de opalas, brasílias e corcéis pelas imediações da praça. O “candidato” seguiu num fusca azul 1971. Tudo foi gravado para ser exibido no programa Casseta & Planeta, da “TV Globo”, na terça-feira.

Creyssistas

“Os que criticam a gente não tão com nádia”, disse o comediante. “Mas chega de propóstata; que venham os autistas”, afirmou. Os “autistas” eram os grupos Ira, Ultraje a Rigor, Falamansa e Jota Quest e o cantor Jair Rodrigues, que aderiram ao candidato. Todos tinham versões de seus maiores sucessos reformuladas para a “campanha creyssista.”

Todo mundo fez micagens com playback no showmício. O Ultraje a Rigor (ou “Ultrajio”, como dizia Seu Creysson) cantou A Gente Somos Inútil e, ao final, levou um puxão de orelha do candidato. “Rógio, você me desculpe, mas tem um erro de disconcordância verbálica no nômio dessa música”, disse Creysson. “Não é A Gente Somos Inútil; o certo é A Gente SEMOS Inútil.”

O cantor Cláudio Zoli foi chamado de Cláudio Rizoli. “Como o nômio dele já dissio, veio aqui botar azeitonia na minha empadia.” Jair Rodrigues fez a versão mais explícita. “Ele é ignorantio, você também/ Não vai ser o primeiro burro que governa esse trem.”

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