Servidores terão reajuste de 2,5%

Brasília

– Velhos aliados do PT, os servidores públicos terão mesmo de amargar reajuste salarial bem inferior ao que desejam. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, avisou ontem que a correção para o funcionalismo neste ano terá de se limitar ao que o Orçamento prevê: 2,5% de aumento linear para todos ou 4% sujeitos a desconto das parcelas concedidas no ano passado.

Na primeira rodada de negociação, seis ministros escalados para conversar com líderes de 12 entidades do funcionalismo tentaram conquistar a confiança dos sindicalistas com a promessa de diálogo permanente, mas não deram nenhum sinal de disposição para ceder às reivindicações. “Há um limite definido pelo Orçamento. A nossa base de referência será essa”, disse Mantega, após a reunião.

De acordo com o ministro, o governo deverá definir “nos próximos dias” o índice e a forma de reajuste, mas não há possibilidade de remanejar despesas do Orçamento para atender ao funcionalismo. “Não é possível pensar em remanejamento porque áreas importantes já foram comprimidas”, disse, referindo-se ao bloqueio de R$ 14 bilhões anunciado no início do mês para atender à necessidade de gerar mais R$ 5,2 bilhões de superávit primário.

Dos R$ 78,5 bilhões de despesas com pessoal previstos para 2003, R$ 2 bilhões estão reservados para o reajuste dos servidores, o que permite aumento linear de apenas 2,5% – bem menos do que os 46,95% reivindicados. Se os sindicalistas preferirem, o governo poderá fixar o reajuste em 4% e descontar as parcelas concedidas ao longo de 2002, mas, nesse caso, metade dos funcionários federais não teria nada a receber.

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